Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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INVESTIGAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E JORNALISMO
Nathá¡lia Silva Fontana Rosa

Resumo


A dissertação do mestrado “Investigação em Comunicação e Jornalismo” foi realizada pela autora na Universidade Autônoma de Barcelona e finalizada em setembro de 2012. O objetivo foi analisar a evolução histórica do paradigma da comunicação para o desenvolvimento desde suas primeiras abordagens, nos anos 50, até chegar às perspectivas mais recentes sobre o tema, discutindo de maneira crítica esta trajetória teórica a partir do campo da saúde, e avançando nos problemas atuais que emergem do campo da comunicação em saúde, de forma a situá-lo no contexto da participativo. As mudanças que ocorreram na concepção de saúde foram acompanhadas por mudanças no entendimento da própria comunicação, fazendo com que coexistam no campo da comunicação em saúde duas perspectivas: uma, de marcado carácter instrumental para a qual a comunicação é mera transmissão de informação desde um emissor a um receptor com o objetivo de manipular condutas individuais e coletivas. Por outro lado, uma perspectiva relacional da comunicação, onde o conceito de saúde foi paulatinamente conduzido para uma visão mais ampla do bem-estar do indivíduo e a comunicação, como um processo dialógico e horizontal de produção social de sentidos, considera as especificidades culturais e sociais como fatores determinantes. O uso das novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) na saúde é um processo em expansão e pode ser um importante espaço para fortalecer os processo de comunicação e participação neste âmbito. Entretanto, existe um risco de manutenção da lógica difusionista da comunicação, ou seja, uma aplicação vertical das tecnologias que impossibilita o diálogo necessário para conhecer as distintas realidades socioculturais que conformam uma visão mais integral da saúde, que vai além da relação dicotômica saúde-doença entre os que “sabem mais” e aqueles que nada sabem. A comunicação tem a capacidade de fomentar espaços que estimulem a liberdade e a criatividade para que os processos de comunicação em saúde sejam mais participativos. Assim, qualquer estratégia do uso das TIC em saúde deve articular em todas as etapas os saberes e visões, considerando as realidades e particularidades de cada comunidade, os vínculos e mediações existentes, para, dessa maneira, trabalhar as problemáticas da saúde e promover a participação das pessoas nos processos que dizem respeito a sua saúde e bem-estar, até que cheguem a uma condição de liberdade que significa poder decidir sobre sua vida e seu corpo.

Palavras-chave


comunicação e saúde; participação; comunicação para o desenvolvimento