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BULLYING NO ENSINO SUPERIOR: ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DE UMA IES PARTICULAR DE FORTALEZA
Resumo
Introdução: O bullying é definido como abuso sistemático de poder (SMITH, 2013). Tradicionalmente, os estudos sobre bullying centraram-se na educação básica, ou seja, há poucos estudos voltados para o ensino superior. Há ainda menos estudos relacionando o tema aos programas de saúde (PAREDES et al, 2010). Desde Ottawa, em 1986, com a mudança na concepção de saúde, o ambiente educacional passou a ser visto também como agente promotor da saúde (BRASIL, 2002). Este estudo teve como propósito responder ao seguinte questionamento: quais as concepções dos alunos sobre bullying? Objetivo: Descrever as concepções dos alunos do curso de administração de uma IES particular de Fortaleza sobre bullying. Metodologia: Foi realizada, no segundo semestre de 2013, uma pesquisa de campo, exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. A coleta de dados deu-se numa IES particular de Fortaleza através de questionário composto por 5 questões fechadas e 2 questões abertas . Os sujeitos foram os alunos do curso de administração do turno da noite. O curso/turno foi escolhido por ser o curso com maior quantidade de alunos da IES. O corpus deste estudo fora constituído por 63 alunos. O instrumento de análise de dados foi o excel. A pesquisa foi realizada conforme os preceitos da resolução 196/96 do CNS. Resultados: Quanto à faixa etária: 30% dos alunos pesquisados sofreram bullying entre 8 e 11 anos e 19% de 12 a 15 anos. Há uma prevalência do bullying entre a fase da infância e adolescência. Um percentual de 21% dos alunos pesquisados apontou que a depressão é um das principais consequências do bullying. Segundo Stephan et al (2013), os estragos em termos emocionais não desaparecem só porque a pessoa se afasta das situações violentas ou quando deixa de ser vítima de bullying. Segundo Pereira, Rodrigues (2012) as instituições de ensino precisam adotar políticas antibullying, alertar os professores e conscientizar a comunidade acadêmica. A maioria dos alunos apontou que um dos fatores que mais influenciam o bullying é o preconceito, que engloba o desrespeito, intolerância, falta de conhecimento e outros assuntos. Já com relação às consequências do bullying, os alunos destacaram os traumas que as vítimas levam pelo resto da vida, contribuindo para o isolamento social. Conclusão: Não existem soluções definitivas para evitar as manifestações do bullying. Ele é um problema social que precisa ser enfrentado com a ajuda da família, escola e mídia. Devem ser incentivadas pesquisas nesta temática, para melhor compreensão do fenômeno no ensino superior.
Palavras-chave
Bullying; Violência; Ensino Superior
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Brasília, 2002.
PAREDES, OLGA LUCÍA et al . Bullying en las facultades de medicina colombianas: mito o realidad. Rev.fac.med, Bogotá, v. 18, n. 2, Dec. 2010.
PEREIRA, Gilmar Ribeiro; RODRIGUES, Thiago Donda. O bullying no âmbito escolar: algumas reflexões. Interfaces da Educ., Paranaíba, v.3, n.9, p.122-132, 2012.
STEPHAN, Francesca et al . Bullying e aspectos psicossociais: estudo bibliométrico. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 21, n. 1, jun. 2013 .
SMITH, Peter K. Bullying escolar. Sociologia, Problemas e Práticas [online]. 2013, n.71, pp. 81-98.