Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
O PAPEL DO ENFERMEIRO COMO ARTICULADOR NO CUIDADO DO PORTADOR DE SOFRIMENTO MENTAL
Mariana Carolina Ribeiro de Oliveira Vastag

Resumo


A avaliação do paciente na Psiquiatria é realizada através de uma entrevista, na qual, é importante o profissional ter o conhecimento sobre a necessidade da implantação da clínica ampliada mesmo esta sendo executada na atenção especializada em um determinado serviço em saúde. Extrair o conteúdo relevante do encontro com o portador de sofrimento mental, familiar e profissional permitem que sejam abordados e acordados a implementação de um plano terapêutico individualizado atendendo e respeitando as necessidades subjetivas e holísticas do mesmo, permitindo a articulação dos serviços de rede de atenção psicossocial – RAP’s sempre que necessário. É frequente a proposição de uma série de recomendações ao doente, sem que se leve em conta a complexidade dos procedimentos, capacidade de sua aplicação, custo e possíveis reações adversas aos medicamentos. Consequentemente, é comum o baixo nível de aderência, particularmente, quando se exigem procedimentos de tratamento ou emprego contínuo de medicamento durante período prolongado, tendo como consequência a implementação de uma assistência mecanicista. Profissional de enfermagem apresenta uma ação peculiar quanto aos diferentes membros da Equipe de Profissionais de Saúde Mental, sendo responsável não somente por cumprir o papel na administração de medicações conforme a prescrição médica, bem como, a busca ativa daqueles que estão ausentes no acompanhamento em saúde mental, articulador do cuidado clínico entre os programas de saúde da família, unidades de saúde, pronto atendimento, pronto-socorro e hospitais e o papel de acolhedor do sofrimento, escutando-o em suas dificuldades e idiossincrasias. Com a proximidade que o profissional de enfermagem promove ao portador de saúde mental, é importante salientar que principalmente os portadores de sofrimento mental grave podem ter dificuldades em comunicar objetivamente suas queixas somáticas, na qual, podendo ser “não ouvidos” pelos outros profissionais de saúde que atuam, favorecendo na invalidação das queixas somáticas. Salienta-se que a presença de co-morbidades clínicas não diagnosticadas e tratadas no paciente psiquiátrico poderá ter como consequência um efeito devastador em sua saúde, tanto nos riscos de administração de medicamentos, como demais intervenções dificultando a sua reabilitação. Com a atuação do enfermeiro como articulador da atenção aos cuidados do portador de sofrimento mental, permite que o mesmo desenvolva maior participação, responsabilidade e autonomia em seu tratamento, sendo esta perspectiva permite uma importante transformação para a área da atenção e assistência na área da saúde mental da população, tanto numa perspectiva interdisciplinar como para a enfermagem. Vale lembrar que durante esse processo o estímulo e orientação à família são de suma importância para garantir a adesão e a reabilitação dos pacientes, uma vez que necessitam de atenção, apoio e orientação, tanto em nível social quanto psicológico. Dessa forma, a atitude e a integração da equipe são fundamentais na execução das diversas condutas.

Palavras-chave


Saúde Mental, enfermagem, assistência de enfermagem.

Referências