Tamanho da fonte: 

Indivíduos portadores de HIV/AIDS constituem um grupo altamente suscetível a contrair infecções intestinais, o que demanda uma maior preocupação, tendo em vista a condição de imunossupressão desses pacientes. Essas doenças podem se apresentar de forma mais severa e resistente aos tratamentos habitualmente utilizados, afetando negativamente a qualidade de vida das pessoas acometidas. Além disso, se não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem levar a óbito. Justifica-se então, a importância de se realizar exames coproparasitológicos nesses pacientes, para se excluir a possibilidade de infecção parasitária, ou em casos positivos, encaminha-los ao tratamento. Os pacientes cadastrados no Serviço de Assistência Especializada (SAE) de Divinópolis foram apresentados à pesquisa no dia da coleta de sangue para a contagem de linfócitos T-CD4+ e Carga Viral. Após assinaram o TCLE, foram solicitados a levar uma amostra de fezes para ser analisada no Laboratório da UFSJ. As análises foram feitas pelo método HPJ e observadas em quadruplicata. Os resultados foram anexados aos prontuários dos pacientes, os quais foram encaminhados para uma nova consulta e tratamento pelo clínico, dos casos necessários. Um total de 260 pacientes encaminhou amostras de fezes para serem analisadas. A prevalência de parasitoses encontrada foi de 21%. Dentre os parasitos, destacam-se Giardia lamblia 7,6%, Strongyloides stercoralis 6,5%, Ancilostomídeos 5%, Schistosoma mansoni 1,9% e também Enterobius vermiculares 1,9%. Foi observado poliparasitismo em 11 pacientes, representando uma prevalência de 4,2%. Os resultados encontrados demonstram que houve diferença quanto às prevalências por parasitos diversos, o que pode ser explicado pela existência de inúmeras formas de exposição aos enteroparasitas, como por exemplo, água contaminada, alimentos mal lavados, contato com a terra, higiene pessoal, dentre outros. A prevalência encontrada, de aproximadamente um quinto dos indivíduos que realizaram o exame de fezes, aponta para a necessidade de esclarecimento dos pacientes quanto às medidas profiláticas para se evitar a contaminação por parasitas. Infecções parasitárias oportunistas são causas severas de morbidade e mortalidade em pacientes com HIV/AIDS. Portanto, deve-se dar especial atenção a esses indivíduos, que estão mais vulneráveis devido à condição de imunossupressão. Como muitas dessas infecções são tratáveis, um diagnóstico acurado e precoce é importante, para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

HIV/AIDS – enteroparasitoses – infecções oportunistas