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Um Estado da região sudeste do Brasil consolidou em 2004, o Programa de Educação Permanente (PEP) para médicos de Saúde da Família, como uma estratégia de qualificar as ações de saúde. Este programa originou de uma parceria com faculdades de medicina e a prefeitura da capital do Estado investigado. O presente trabalho visou apreender as imagens, ideias e percepções das referências municipais do PEP, enfermeiros e agentes comunitários de saúde (ACS) das equipes as quais os médicos participantes estavam inseridos em relação ao PEP. Foram realizadas 11 entrevistas com os coordenadores e grupos focais com os enfermeiros e ACS. A partir da técnica de análise de conteúdo apreenderam-se as seguintes categorias: Compartilhamento frágil com a equipe sobre os temas abordados no PEP; redução nos encaminhamentos para as especialidades e necessidade da disponibilização de Programas de Educação Permanente às outras categorias profissionais. Os sujeitos da pesquisa ressaltaram a importância da sistematização do compartilhamento com a equipe sobre os temas abordados no PEP de maneira a consolidar os 'modos' de atuar da equipe voltados às condições de saúde da população da área de abrangência. Ressaltaram que em algumas Unidades de Saúde, o PEP colaborou na redução de encaminhamentos aos especialistas aumento de atendimentos e na ampliação dos atendimentos clínicos pelos médicos. Enfatizaram a importância de estender o programa às outras categorias, exemplificando que em um GAP houve a participação da enfermagem em um treinamento de habilidades para médicos no PEP, o que implicou na ampliação da capacidade de atuação, em uma abordagem mais integral do usuário e em uma possível diminuição da demanda de ações pelo médico. Uma entrevistada realçou que a implementação do PEP para enfermeiros e odontólogos favoreceria o compartilhamento de experiências e o alcance das metas estabelecidas. Na visão dos ACS, este tipo de qualificação os tornariam mais seguros e eficientes no cuidado com as famílias, pois processos de aprendizado aplicados ao cotidiano de trabalho são de grande utilidade. Em síntese, ficou evidente o reconhecimento dos sujeitos da pesquisa quanto à importância do PEP. Entretanto, explicitam a necessidade da socialização dos temas abordados pelo programa e da inclusão das outras categorias profissionais no PEP, na perspectiva de potencializar a atenção em saúde, com o desenvolvimento da autonomia dos diversos sujeitos envolvidos no 'fazer' em saúde.