Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA MATERNIDADE E PATERNIDADE PARA ADOLESCENTES (MENINAS E MENINOS) E PARA MÃES/PAIS ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE BETIM
Moysa Caroline Resende da Costa

Resumo


O presente trabalho refere-se aos resultados da pesquisa sobre representação social da maternidade e paternidade para adolescentes (meninas e meninos) e para mães/pais adolescentes do Município de Betim. Tal pesquisa foi realizada em conformidade com os objetivos do PET “Vidas em Rede: projeto de enfrentamento da gravidez na adolescência no Município de Betim”. Tal projeto é uma parceria entre a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/Campus Betim, Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde. A pesquisa teve como objetivo geral conhecer os significados atribuídos à maternidade e à paternidade para adolescentes e para mães/pais adolescentes do Município de Betim. Apesar da gravidez não ser considerada um problema moral, ela é um problema de saúde pública, fazendo com que seja necessário entendermos primeiramente quais significados são atribuídos à maternidade e à paternidade antes de planejarmos uma Intervenção Psicossocial. Esse cuidado faz com que não planejemos uma intervenção na contramão da percepção do sujeito. A metodologia utilizada foi a pesquisa quanti-qualitativa. A primeira parte consta do perfil sócio-demográfico dos sujeitos da pesquisa, e na segunda a percepção subjetiva sobre a maternidade e paternidade. Foram realizadas 50 entrevistas com adolescentes que frequentam as Unidades Básicas no bairro Imbiruçu e Jardim Alterosas. As entrevistas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo, através da análise categorial. As principais categorias utilizadas foram gênero, protagonismo juvenil, projeto de vida-sentido da vida, maternidade e paternidade, além da descrição objetiva do perfil sócio-demográfico. Alguns dos resultados preliminares apontam que para muitas meninas a gravidez é desejada e planejada como forma de garantir um lugar de status social, reconhecimento familiar e ascensão ao universo adulto. Os meninos, por sua vez, atribuem à paternidade a aquisição precoce de responsabilidade. Os adolescentes atribuem à gravidez o principal motivo de interrupção dos estudos, apesar da pesquisa apontar que a evasão escolar aconteceu muito antes da gestação. Os resultados revelam que o tema da gravidez não pode ser compreendido hegemonicamente. A intervenção será planejada em conformidade com as representações que apontam a gravidez, como um sintoma social, que não pode ser apenas prevenida, mas abordada enquanto estratégia psíquica e social de sobrevivência na comunidade.

Palavras-chave


Representação social; adolescência; maternidade; paternidade.