Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REFLEXOS DA REALIDADE BRASILEIRA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO MODELO DE REORIENTAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA: LIMITES E POSSIBILIDADES
Renata Marques da Silva, Illyane Alencar Carvalho, Bianca de Oliveira Araujo, Adje Silva Santos, Luane Sales de Jesus, Taciane Alves de Oliveira Freitas, Manoela Reis, Jucielma de Jesus Dias

Resumo


Introdução: Atualmente, a Atenção Básica em Saúde (ABS) e Atenção Primária são palavras sinônimas para o Ministério da Saúde na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). São consideradas como a principal ferramenta para reorientação do modelo assistencial e deve ser a porta de entrada dos serviços de saúde, além de ser dirigida a populações de territórios delimitados, tendo como a sua principal estratégia de organização, o Programa Saúde da Família (PSF). Entretanto, o que se observa atualmente é a ocorrência cada vez exacerbada da “medicalização social” que se constitui como o desenvolvimento da cultura biomédica tecnocrática influenciando nas relações da sociedade, entre as pessoas, e entre os profissionais e pacientes, gerando a supervalorização das especialidades médicas, dos procedimentos técnicos e dos exames complementares. Apesar de suas potencialidades para reorientar o modelo assistencial vigente, percebe-se que a Estratégia Saúde da Família (ESF) e, consequentemente a Atenção Básica, vem enfrentando desafios a fim de se constituírem de fato como transformadores do modelo assistencial. Objetivo: Refletir sobre os desafios da  Estratégia Saúde da Família quanto às práticas de saúde como modelo de reorientação da atenção básica, a partir da produção científica analisada no período de 1994 a 2013. Métodos: Revisão integrativa de literatura, nas bases de dados, LILACS, MEDLINE e ScIELO, por meio dos descritores Atenção Primária e Programa Saúde da Família, em português e/ ou em suas variações na língua inglesa. Resultados: 26 artigos entraram na seleção por se enquadrarem nos critérios de inclusão e por contemplarem respostas à questão norteadora, 15 artigos discorriam sobre a configuração da atenção básica e programa saúde da família em municípios brasileiros; 6 artigos detalhavam a integralidade e o PSF; e 5 sobre a formação dos profissionais enfermeiro, médico e odontólogo para o SUS e PSF. Os artigos apresentaram ainda inúmeros desafios para que, de fato, a ESF seja reorientadora do modelo de atenção. Os principais problemas identificados foram: limites da integralidade, formação profissional reduzida à doença, atendimentos ainda centrados no modelo biomédico, falta de intersetorialidade, pouca capacidade resolutiva e de financiamento e práticas medicalizantes. Conclusão: Faz-se necessário melhorar as práticas relativas à promoção da saúde, política de pessoal e gestão do serviço.

Palavras-chave


Atenção primária; programa saúde da família; modelos de atenção; atenção à saúde