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REFLEXOS DA REALIDADE BRASILEIRA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO MODELO DE REORIENTAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA: LIMITES E POSSIBILIDADES
Resumo
Introdução: Atualmente, a Atenção Básica em Saúde (ABS) e Atenção Primária são palavras sinônimas para o Ministério da Saúde na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). São consideradas como a principal ferramenta para reorientação do modelo assistencial e deve ser a porta de entrada dos serviços de saúde, além de ser dirigida a populações de territórios delimitados, tendo como a sua principal estratégia de organização, o Programa Saúde da Família (PSF). Entretanto, o que se observa atualmente é a ocorrência cada vez exacerbada da “medicalização social” que se constitui como o desenvolvimento da cultura biomédica tecnocrática influenciando nas relações da sociedade, entre as pessoas, e entre os profissionais e pacientes, gerando a supervalorização das especialidades médicas, dos procedimentos técnicos e dos exames complementares. Apesar de suas potencialidades para reorientar o modelo assistencial vigente, percebe-se que a Estratégia Saúde da Família (ESF) e, consequentemente a Atenção Básica, vem enfrentando desafios a fim de se constituírem de fato como transformadores do modelo assistencial. Objetivo: Refletir sobre os desafios da Estratégia Saúde da Família quanto às práticas de saúde como modelo de reorientação da atenção básica, a partir da produção científica analisada no período de 1994 a 2013. Métodos: Revisão integrativa de literatura, nas bases de dados, LILACS, MEDLINE e ScIELO, por meio dos descritores Atenção Primária e Programa Saúde da Família, em português e/ ou em suas variações na língua inglesa. Resultados: 26 artigos entraram na seleção por se enquadrarem nos critérios de inclusão e por contemplarem respostas à questão norteadora, 15 artigos discorriam sobre a configuração da atenção básica e programa saúde da família em municípios brasileiros; 6 artigos detalhavam a integralidade e o PSF; e 5 sobre a formação dos profissionais enfermeiro, médico e odontólogo para o SUS e PSF. Os artigos apresentaram ainda inúmeros desafios para que, de fato, a ESF seja reorientadora do modelo de atenção. Os principais problemas identificados foram: limites da integralidade, formação profissional reduzida à doença, atendimentos ainda centrados no modelo biomédico, falta de intersetorialidade, pouca capacidade resolutiva e de financiamento e práticas medicalizantes. Conclusão: Faz-se necessário melhorar as práticas relativas à promoção da saúde, política de pessoal e gestão do serviço.
Palavras-chave
Atenção primária; programa saúde da família; modelos de atenção; atenção à saúde