Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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APROXIMANDO A ARTE E A EDUCAÇÃO POPULAR À RODA DA UNIDADE DE UM CSF DE SOBRAL – CE
Ana Carolina Melo Queiroz, Marcos Aguiar Ribeiro, Aline Ávila Vasconcelos, Janaína de Pádua Carneiro Vasconcelos, Juliana Solon Furtado, Maria Aparecida Vilela Freitas Araújo, José Gonçalves da Silva Junior, Izabelle Mont’alverne Napoleão Albuquerque, Ana Eduarda Melo Queiroz

Resumo


Caracterização do problema: O trabalho em saúde no âmbito da atenção primária é muitas vezes repleto de práticas rotinizadas, burocratizadas e de gestão vertical e hierárquica, o que promove uma barreira para a ampliação das relações inter-profissionais e com a comunidade. Nessa perspectiva, surgem alguns espaços de diálogo e reflexão que visam propiciar a participação, a democratização e a co-gestão, dentre eles ressalta-se as Rodas dos Centros de Saúde da Família (CSF). No entanto, algumas metodologias utilizadas nessas rodas inibem o diálogo e a participação. Dessa forma, incorpora-se a Arte e Educação Popular. Descrição da experiência: O Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE) propicia a aproximação do serviço, propiciando aos monitores a possibilidade de vivenciar o território e a unidade de saúde. Dessa forma, compartilha-se a experiência de aproximação das práticas de Arte e Educação popular nas rodas de um CSF de Sobral, Ceará, realizado no mês de agosto de 2013. Para sua realização articulou-se o GT de arte e educação popular da Escola de Formação em Saúde da Família, onde se utilizou da técnica do teatro oprimido de Augusto Boal. Os profissionais presentes, escolhidos aleatoriamente, foram instigados a montar uma cena (sem falas, só expressões corporais) que retrate a rotina da unidade. A partir de então, os outros participantes da roda observaram e discutiram a cena, como também sugeriram alterações e propuseram soluções. Efeitos alcançados: A partir da cena, o coletivo passou a discutir as potencialidades e fragilidades da unidade, sendo o acolhimento representado como um grande gerador de conflitos, posteriormente construiu-se um plano com estratégias e corresponsabilidade que pudessem minimizar os problemas retratados, como também surgiu um espaço de valorização e estimulação das potencialidades pessoais e do serviço. Observou-se que a experiência estimulou o diálogo e a participação, uma vez que permitiu a integração/interação interpessoal e a visualização dos agentes oprimidos e opressores representados em cena. Recomendações: Ressalta-se a relevância de espaços dentro dos CSF onde as pessoas possam conviver com a arte e a educação popular, ao mesmo tempo em que estão discutindo problemas e definindo contratos e estratégias. Dessa maneira, a Arte e a Educação Popular contribuem para a superação do modelo tradicional e muitas vezes bancário das reuniões nos CSF, promovendo assim um espaço dialógico e participativo.

Referências


BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Civilização Brasileira, 1977.

BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. Gestão participativa e cogestão. Série B. textos Básicos de saúde. Brasília, 2009.