Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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EPIDEMIOLOGIA, EXERCÍCIO FÍSICO E PRÁTICAS EM SAÚDE
Antônio Daniel Saraiva da Costa, Noelia Saraiva da Costa, Anderson Fontenele Vieira, Larisse Lima Barros, Thaise Luz Barros

Resumo


Embora já conhecida a importância do exercício físico para melhoria da saúde, tratamento de doenças e agravos, sua relação coma epidemiologia aparentemente tem início na era epidemiológica das doenças crônicas degenerativas. O Objetivo deste estudo é conhecer a relação entre epidemiologia, atividade física e saúde e apontar propostas de estudos em epidemiologia da atividade física, aplicáveis a realidade do Brasil. Metodologia: revisão de estudos epidemiológicos correlatos, indexados nas bases PUBMED, MEDLINEe SCIELO. Resultados e discussão: O estudo da casuística dos agravos durante a história foi analisada em três teorias: teoria do germe, utilizada na era das doenças infecciosas (século XIX),teoria do estilo de vida, que atribui causa às doenças como comportamental (stress, sedentarismo, etilismo, tabagismo e alimentação inadequada) e teoria ambiental, no qual os agravos estariam relacionados à poluição. Desta forma, a atividade física no contexto das redes multicausais é considerada como estratégia diretamente relacionada à saúde e bem-estar. As fortes evidências científicas que demonstram melhorias, dentre outras, na eficiência do sistema imunológico e o crescente reconhecimento de entidades internacionais de saúde, como a OMS, contribuem na sedimentação da relação atividade física e saúde. Neste contexto, sugere-se que as políticas públicas que contemplem ações estratégicas na perspectiva dos determinantes de ordem biopsicossocial, comportamentais e ambientais. Nos estudos analisados verifica-se predominância de variáveis de estudo relacionadas às doenças crônico degenerativas, taxas de mortalidade ou longevidade, estabelecendo associações com a atividade física em suas diferentes manifestações, através de traçados metodológicos de boa validade, reprodutibilidade e acurácia objetivando não somente conhecer, mas qualificar estes fatos, porém os principais trabalhos, nesta perspectiva, são realizados no exterior. Considerações finais: sugerimos realização de pesquisas com melhores parâmetros de controle no Brasil, que possibilitem realizar cruzamentos de dados em estudos ecológicos posteriores. Com relação aos estudos sobre aderência, a perspectiva principal seria identificar os determinantes para adoção e manutenção no exercício físico, bem como a analisar a prevalência do sedentarismo nas regiões mais remotas do Brasil, corroborando com as conhecidas aplicações clássicas da epidemiologia no estudo dos agravos em saúde.

Palavras-chave


Práticas em saúde; Exercício físico; Epidemiologia

Referências


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