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O setor saúde, e mais especificamente o Sistema Único de Saúde (SUS), tem demandando, nos últimos anos, a formação de profissionais com uma visão integral do sujeito, capazes de perpassarem todas as linhas de cuidado e atenção. Logo, se faz necessário uma formação universitária que seja capaz de inserir os futuros profissionais em situações do cotidiano, para que estes possam vivenciar, de fato, as necessidades dos diversos sujeitos, nas mais variadas comunidades. O presente trabalho objetiva, portanto, relatar as vivências de um acadêmico de medicina, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), nas ações desenvolvidas pelo programa “Promoção da Saúde em uma área remanescente de quilombo: produção artística, educação popular e planejamento intersetorial em saúde, em Maragojipe – BA”, financiado pela Secretária de Educação Superior, do Ministério da Educação (Sesu/MEC), e que realizou atividades de Promoção da Saúde, com enfoque na Promoção da Igualdade Racial e na Qualidade de Vida, numa comunidade quilombola, localizada no interior do Estado da Bahia, no Brasil. As atividades desenvolvidas na comunidade Quilombola de Salamina do Putumujú, em Maragojipe-Bahia, envolveram técnicos da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e docentes e discentes de diversos cursos de graduação da UFBA (Odontologia, Farmácia, Medicina, Nutrição, Enfermagem, Serviço Social, Arquitetura, Pedagogia, História, Psicologia e Bacharelado Interdisciplinar em Saúde). A metodologia de trabalho, baseada na pesquisa-ação, permitiu a articulação da interdisciplinaridade com a intersetorialidade no desenvolvimento de atividades estratégicas, voltadas para a superação dos problemas identificados na comunidade, e na busca pela mobilização social, dos habitantes, em torno da consolidação dos seus direitos. O envolvimento de distintos indivíduos no desenvolvimento das ações ( como oficinas, rodas de conversas, atividades artísticas, dentre outras) favoreceu a troca de saberes entre os diferentes participantes e garantiu a realização de atividades dialógicas, baseadas na realidade local, aspectos fundamentais para a formação de qualquer profissional da saúde.  Ações desse tipo podem, portanto, possibilitar uma formação crítico reflexiva, nos estudantes participantes, ampliando os cenários do processo ensino-aprendizagem e favorecendo o desenvolvimento de uma formação mais integral e humana.

Promoção da Saúde; Educação Médica; Direito à Saúde; Relações Comunidade-Instituição;