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A integralidade do cuidado perpassa pela reorganização dos fluxos de trabalho, possibilitando entender o sujeito dentro do seu contexto bio-politico-social. Compreende-se o trabalho em saúde como um componente intersubjetivo, dinâmico, vivo em ato, podendo acontecer de diversas maneiras na mesma equipe, caracterizando-se o trabalho em saúde mental pela liberdade de se definir o modo de organização do seu processo de trabalho. Assim, operar sobre o modo de produzir cuidado requer a reflexão e a reconfiguração dos processos de trabalho. Nesse sentido, o objetivou-se analisar o processo de trabalho de um Centro de Atenção Psicossocial do município de Fortaleza, utilizando o fluxograma analisador como ferramenta de analise para possibilitar mapeamento dos fluxos. Este estudo consiste em um relato de experiência das residentes da ênfase Saúde Mental Coletiva, da Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública (Ceara), no cenário de formação e prática, durante o período de julho a agosto de 2013, com o intuito de criação de novos sentidos para o trabalho e formas de produzir Saúde. O fluxograma foi construído com a participação de alguns profissionais do serviço, de forma individualizada, devido a ausência das rodas de equipe, configuração da conjuntura da atual gestão do município à época. Diante dos achados, a divisão do trabalho embora tenha uma organicidade que vise o cuidado ao usuário prioriza o saber técnico em detrimento da integralidade dos sujeitos, concentrando a decisão de oferta em um profissional, não configurando a construção de um Projeto Terapêutico Singular de forma coletiva e compartilhada pela equipe. Um cuidado médico-centrado, baseados em normas e protocolos de atendimento. Um dos maiores nós críticos enfrentado no serviço é o atendimento médico insuficiente, grande demanda de usuários, irregularidade no suprimento de medicamentos, a disponibilidade insipiente do carro institucional. Compreendeu-se que o fluxograma não obteve impacto diante da equipe do serviço, contudo, para as residentes, foi uma ferramenta potencializadora para o processo formativo, reflexivo e organizacional do processo de trabalho. Dessa forma, entende-se que o fluxo do serviço precisa ser organizado maneira resolutiva, sendo periodicamente reavaliado para não se tornar burocrático, ineficaz e cristalizado.

Processo de trabalho; fluxograma; cuidado