Tamanho da fonte: 

O presente trabalho é um relato do acompanhamento longitudinal realizado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul juntamente com o município de Santa Maria e a União, através da Força Nacional do SUS, do incêndio da boate Kiss que gerou muitas vítimas e feridos em janeiro do ano de 2013. A Secretaria Estadual de Saúde em conjunto com os demais entes coordena o processo de trabalho auxiliando na organização e na condução da gestão da rede de serviços de saúde para o atendimento das pessoas direta ou indiretamente envolvidas no desastre. Tal coordenação envolveu a presença de diferentes atores como profissionais da segurança, da mídia, o voluntariado que chegava de diferentes partes do país, instituições internacionais como Médicos Sem Fronteira e Cruz Vermelha, grupos de especialistas em desastres, profissionais de saúde de outros municípios, estudantes, etc. Tal organização da gestão do cuidado implicou em um trabalho intersetorial, com os diferentes atores do processo de cuidado, em diferentes fases. Em um primeiro momento o enfoque era de atendimento a crise, hoje nos encontramos imersos em um processo de cuidado longitudinal que envolve a logística de cuidar as pessoas em seus territórios de vida, o que significa ofertar cuidado onde quer que estejam vivendo buscando garantir o acesso sem intervir excessivamente nos modos de viver de cada um dos envolvidos, o que sem dúvida é nosso maior desafio atual, pois devemos ofertar cuidado prioritariamente na área de pneumologia, fisioterapia, saúde mental e queimados a todos os afetados buscando não obstaculizar seus processos de vida e suas escolhas, pois temos sobreviventes em diferentes pontos do país e até no estrangeiro.

atenção à crise em crise; atendimento em desastres e catástrofes, gestão do cuidado no SUS, gestão de caso.