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A COMENSALIDADE COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR DA DINÂMICA DE REUNIÃO DE EQUIPE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA, EM SANTOS/SP
Resumo
A Estratégia de Saúde da Família criada pelo Ministério da Saúde em 1994, trouxe um modelo horizontal para a dinâmica dos profissionais que nela atuam. Dentro desse modelo, os atores têm o papel de protagonistas em suas equipes, sendo responsáveis, dentro de seus saberes, por todas as etapas do processo. Desde a discussão do território, levantamento de necessidades, diagnóstico, mapeamento, cadastramento, planejamento, execução e avaliação de resultados, as tarefas são realizadas e discutidas, em quase sua totalidade, em um momento infinitamente peculiar à estratégia: a reunião de equipe. Numa maneira ideológica, a reunião de equipe deve ser o espaço reservado a estas atividades e deve alcançar todos os objetivos a ela propostos. Porém, sendo uma atividade grupal e multidisciplinar, corre o risco de se tornar um espaço onde a crítica e o discordar tende a ter um caráter segregador nas relações e por vezes, se tornar um momento cansativo e pouco produtivo. Pensando na reunião de equipe como um momento grupal e inicialmente sem qualquer pretensão metodológica, compartilho a experiência de uma das equipes de uma unidade de saúde da família do município de Santos/SP, que utilizou a comensalidade como instrumento de integração. O que de início tinha um caráter respeitoso frente a uma questão religiosa de um dos membros da equipe em não comemorar aniversário, passou a ser fundamental em todas as reuniões. Se comer é um ato pessoal e individual, a comensalidade coloca o individuo em grupo. Partindo desse conceito, hoje, todas as equipes realizam suas reuniões com algum tipo de alimento e a unidade legitima essa prática.
Palavras-chave
reunião de equipe, comensalidade, saúde da família.