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A Lei Federal 9394/1996 propõe mudanças significativas para os cursos de saúde, suas diretrizes trazem novos aspectos para a dinâmica das instituições de ensino superior no Brasil, na medida em que estimulam o desenvolvimento do pensamento reflexivo e a prestação de serviços especializados à comunidade numa relação recíproca e para a resolução de problemas atuais da sociedade. A Portaria GM 1996/2007 corrobora para a educação dos profissionais na área da saúde, através da perspectiva de um modelo multiprofissional, onde os sujeitos são ativos, protagonistas, autônomos e implicados com a defesa do sistema público de saúde. Na educação permanente, há uma descentralização do saber, com fins de promover uma transformação das práticas, assim, é na interseção entre ensino e serviço que o estudante poderá vislumbrar outros saberes que vão além do conhecimento técnico de apenas uma categoria, indo ao encontro de uma relação dialógica entre profissionais, gestores, estudantes e comunidade. As extensões universitárias têm um papel importante na aproximação dos estudantes à realidade do serviço e da população assistida, bem como da prática da gestão pública. Traz-se o Programa de Educação Tutorial para o Trabalho para a Saúde (PET-SAÚDE) e o Projeto Vivências e Realidades no Sistema Único de Saúde (VER-SUS) como experiências que têm contribuído para a educação dos estudantes e quebra de paradigmas. A vivência de estágio em unidades de saúde da família, proporcionada pelo PET-SAÚDE, permite que o estudante se aproxime de uma perspectiva de produção e promoção de saúde a partir da articulação entre profissionais e comunidade, utilizando as potencialidades existentes, bem como, contribuindo para o desenvolvimento de novas estratégias de saúde tanto no serviço como no território. Numa visão mais ampliada, o VER-SUS inclui a gestão no âmbito da saúde por meio do contato com gestores municipais, estaduais e dos serviços, assim, pode-se compreender melhor o entrelaçamento entre trabalho, educação, gestão e comunidade. Percebe-se que essas experiências contribuem de forma significativa para a reflexão sobre o papel das instituições de ensino na educação profissional, bem para a transformação da práxis, diante de uma nova conformação onde a saúde é pensada e produzida com o protagonismo de várias atores e de forma implicada com as reais necessidades da comunidade.