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COMO DESCENTRALIZAR UM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE FORTALECENDO A INTEGRAÇÃO E RESPEITANDO OS CONTEXTOS?
Resumo
A questão que intitula este texto surge no processo de descentralização do Programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (RIS-ESP/RS). Esta política-estratégia da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS), iniciada em 2011, consiste na abertura de novos campos de formação para a inserção da Residência, em diferentes regiões do Estado, nas redes municipais de saúde dos municípios, através da cooperação técnica entre gestores. A descentralização da RIS-ESP/RS tem como objetivo a constituição e a consolidação de uma formação para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), que esteja inserida nos diferentes serviços, considere as especificidades loco-regionais, desenvolva a intersetorialidade e atenda aos princípios da regionalização e da descentralização das ações em saúde. Por ser um dos primeiros movimentos em território nacional neste sentido, torna-se urgente um olhar estranhado, pensado, sentido e analisado por todos os atores que vivem este processo no cotidiano. Buscamos, aqui, o registro do vivido, ou seja, do caminho traçado pelo coletivo da RIS-ESP/RS, que nomeamos ao longo desta escrita de coletivo-residência, para organizar as novas trajetórias curriculares que surgem com a implantação do Programa nos diferentes municípios do Estado. Integram este coletivo-residência todos os atores envolvidos: residentes, preceptores, tutores, coordenadores, trabalhadores, docentes, gestores municipais, gestores estaduais e usuários. Esta pesquisa pretende registrar as potências e limites deste movimento em territórios nunca antes habitados por Residências. E, ao mesmo tempo, capturar os desdobramentos que o inédito possibilita, investigando a dinâmica território-coletivo-projeto político pedagógico na configuração do Programa da RIS-ESP/RS e os múltiplos significados que a descentralização vai adquirindo nesta trajetória. Afirma o protagonismo e autoria do coletivo-residência, e o lugar legítimo do componente educação, já existente no trabalho em saúde, para além das políticas oficiais de qualquer natureza.