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O objetivo do estudo é analisar programas de promoção da saúde na saúde suplementar e a relação entre operadoras e prestadoras na terceirização da oferta de cuidado. Trata-se de estudo de casos múltiplos de abordagem qualitativa, ancorado na hermenêutica-dialética. Os dados foram obtidos de entrevistas com coordenadores dos programas de promoção da saúde nas operadoras e/ou nas prestadoras terceirizadas. Os resultados indicam que a prestação terceirizada de programas de promoção da saúde e prevenção de riscos e agravos é uma realidade em ascendência na Saúde suplementar. De forma dominante, a atenção domiciliar foi apresentada como a principal ação no campo da promoção da saúde na saúde suplementar transferida para as prestadoras terceirizadas, seguida de gerenciamento de doentes e de casos e dos grupos de educação em saúde voltados aos portadores de condições crônicas, gestantes e adolescentes. A análise dos dados explicitou que os programas de promoção de promoção da saúde e prevenção de agravos no setor suplementar encontra-se num terreno de disputas. Para as operadoras os programas de promoção da saúde respondem aos interesses de fidelização de clientes, redução de custos obtida com a terceirização e complementação das estratégias assistenciais, aliados à possibilidade de superar a crise no setor suplementar. Os resultados indicam ainda que a terceirização traz implicações sobre a captação e intervenção sobre as necessidades dos usuários, uma vez que a terceirização é marcada pela cisão entre a gestão dos custos (que permanece na operadora) e a gestão do cuidado que é transferido para as prestadoras. Sob esse aspecto, a terceirização tende a ser empregada para os pacientes “mais caros” ou mais dependentes de cuidado, reiterando o entendimento de que há a desresponsabilização da operadora por esse cuidado. Os discursos reveladores da racionalização de custos, reestruturação do trabalho (das relações e formas de contratação) são achados que apontam para a reprodução de uma lógica dominante de acumulação do capital na promoção da saúde na saúde suplementar com poucas estratégias que sinalizem para a substitutividade das práticas em saúde. Kênia Lara Silva.

Promoção da saúde; Seguros privados de saúde; Modelo de atenção