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A pesquisa irá ressaltar a dimensão do trabalho mediante estudo de perfil realizado para Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Serviço Social e Saúde da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro apresentado no ano de 2012, cujo título é “Direito ao acompanhante e pré-natal: visão dos usuários e profissionais de saúde”. A metodologia inicial realizada foi entrevista semi-estruturada no ambulatório de Obstetrícia de instituição pública de saúde com gestantes, acompanhantes e profissionais de saúde que atendem no setor. A primeira parte da entrevista consistiu de levantamento de perfil da população usuária e dos profissionais de saúde. Na segunda parte a questão do direito ao acompanhante em todos os períodos da gestação. O presente estudo irá trabalhar com os dados sobre o trabalho a partir do perfil das gestantes. No contexto pesquisa foi observado que a maioria das gestantes encontra-se desempregada. Isso não aparece nas entrevistas como um problema relatado pelas usuárias. O que nos trouxe duas questões: a preocupação com a fragilidade dessa condição no que tange ao acesso a direitos sociais, como licença maternidade. Assim como, do ponto de vista do debate sobre gênero, as gestantes mostravam-se satisfeitas com o arranjo conjugal, no qual o companheiro assumia a função de provedor exclusivo enquanto elas exerciam o papel de cuidadoras da família. Essa configuração hierárquica e complementar das relações de gênero tem sido discutida na literatura que trata do assunto, confrontando com o debate sobre autonomia das mulheres conquistada fundamentalmente através da inserção no trabalho. As gestantes vivem em situação de conjugalidade, residindo com companheiros e filhos. A renda familiar é de ½ a 02 salários-mínimos. O que nos leva a crer que a sua principal rede de apoio e fonte de renda é o companheiro que fornece todo suporte para dedicar-se exclusivamente aos cuidados da gravidez e dos filhos, na ótica das relações de gênero. Numa próxima etapa da pesquisa pensamos problematizar outro dado que emergiu a partir do cotidiano de atendimento do Serviço Social: a precariedade das condições de trabalho, a tal ponto que algumas mulheres resolveram sair do emprego. Nesse sentido, a discussão é atravessada pela questão de classe, pois os estudos mostram que o trabalho para as mulheres pobres não se constitui como projeto/carreira.

Trabalho; Gestação; Gênero