Resumo
O uso de psicotrópicos é barreira para o desenvolvimento. Gera violência, corrupção, desintegra instituições, fortalece ou faz surgir doenças, reduz a produtividade do indivíduo, o envolve com o tráfico, o afasta do processo educacional e do mercado de trabalho e desloca a economia para a droga e o dinheiro sujo. A negligência em conhecer e prevenir drogadição é fato. Avaliou-se o conhecimento, uso, representações sociais e mentais das drogas. Após esclarecimentos, 257 universitários do ciclo básico da área de saúde (107 homens e 150 mulheres), média de idade 20,79 anos, responderam a questionário autoaplicável. Respectivamente, 72,5%, 49,4%, 38,2% e 26,6% reconhecem o uso compulsivo, a síndrome de abstinência, a recaída e a agitação motora como componentes da doença; familiares, professores e outros, foram fonte de informação para 55,9%, 69,4% e 9,5% dos investigados, respectivamente; convivem no domicílio com usuários de tabaco, álcool e outras drogas, 74,7%, 18,8% e 4,3%, respectivamente; convivem fora do domicílio com usuários de tabaco, álcool e outras drogas, 90,3%, 40,4% e 26,1%, respectivamente; 77,8% confirmam a ocorrência de comemorações com oferta de bebida alcoólica no domicílio, embora 94,1% afirmem que iriam a elas mesmo sem tal oferta; respectivamente, 45,5%, 43,9% e 43,6% reconhecem como psicotrópico a cocaína e derivados, maconha e opióides e, apenas 22% e 25,4%, reconhecem o álcool e o tabaco; álcool, tabaco, hipnóticos, estimulantes, solventes, maconha e esteroides anabolizantes foram experimentados por 75,3%, 15,5%, 14,5%, 7,3%, 4,4%, 2,5% e 2%, respectivamente; 86,6% reconhecem a dependência como problema eminentemente de saúde; 85,6% reconhecem a desinformação específica como uma forma de exclusão e 87,6% a afirmam como importante para o uso descontrolado; para mais de 95%, as famílias, escolas, equipes de saúde e empresas devem se qualificar e informar sobre drogas; mais de 93% entendem que a recuperação do usuário contempla o deixar de usar drogas, a volta aos ambientes familiares, sociais e escolares (volta ao trabalho, mencionada por 51%). Considerando o baixo quantitativo de respostas que denotam bom conhecimento específico, parece cada vez mais necessária a tradução, sistematização e popularização do grande manancial de informações científicas específicas sobre o tema, favorecendo a conscientização, capacitação e mudança comportamental da população e a qualificação da discussão e do enfrentamento ao problema.