Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O desconhecido fenômeno drogadição
Francisco Teixeira Andrade, Bianca Anne Mendes de Brito, Bruno Rodrigues Lopes, Ingrid Noleto Teixeira, Jose Lucas Lucas Silveira Ferreira, Maria do Carmo Campos Pereira, Paulo James de Freitas Amorim, Samya Raquel Soares Dias

Resumo


O uso de psicotrópicos é barreira para o desenvolvimento. Gera violência, corrupção, desintegra instituições, fortalece ou faz surgir doenças, reduz a produtividade do indivíduo, o envolve com o tráfico, o afasta do processo educacional e do mercado de trabalho e desloca a economia para a droga e o dinheiro sujo. A negligência em conhecer e prevenir drogadição é fato. Avaliou-se o conhecimento, uso, representações sociais e mentais das drogas. Após esclarecimentos, 257 universitários do ciclo básico da área de saúde (107 homens e 150 mulheres), média de idade 20,79 anos, responderam a questionário autoaplicável. Respectivamente, 72,5%, 49,4%, 38,2% e 26,6% reconhecem o uso compulsivo, a síndrome de abstinência, a recaída e a agitação motora como componentes da doença; familiares, professores e outros, foram fonte de informação para 55,9%, 69,4% e 9,5% dos investigados, respectivamente; convivem no domicílio com usuários de tabaco, álcool e outras drogas, 74,7%, 18,8% e 4,3%, respectivamente; convivem fora do domicílio com usuários de tabaco, álcool e outras drogas, 90,3%, 40,4% e 26,1%, respectivamente; 77,8% confirmam a ocorrência de comemorações com oferta de bebida alcoólica no domicílio, embora 94,1% afirmem que iriam a elas mesmo sem tal oferta; respectivamente, 45,5%, 43,9% e 43,6% reconhecem como psicotrópico a cocaína e derivados, maconha e opióides e, apenas 22% e 25,4%, reconhecem o álcool e o tabaco; álcool, tabaco, hipnóticos, estimulantes, solventes, maconha e esteroides anabolizantes foram experimentados por 75,3%, 15,5%, 14,5%, 7,3%, 4,4%, 2,5% e 2%, respectivamente; 86,6% reconhecem a dependência como problema eminentemente de saúde; 85,6% reconhecem a desinformação específica como uma forma de exclusão e 87,6% a afirmam como importante para o uso descontrolado; para mais de 95%, as famílias, escolas, equipes de saúde e empresas devem se qualificar e informar sobre drogas; mais de 93% entendem que a recuperação do usuário contempla o deixar de usar drogas, a volta aos ambientes familiares, sociais e escolares (volta ao trabalho, mencionada por 51%). Considerando o baixo quantitativo de respostas que denotam bom conhecimento específico, parece cada vez mais necessária a tradução, sistematização e popularização do grande manancial de informações científicas específicas sobre o tema, favorecendo a conscientização, capacitação e mudança comportamental da população e a qualificação da discussão e do enfrentamento ao problema.