Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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NÃO UTILIZAÇÃO DE PRESERVATIVO E RELAÇÕES DE GÊNERO: RELATO DE EXPERIÊNCIAS NO PROJETO PRÓ/PET - SAÚDE DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: SEXUALIDADE E PREVENÇÃO DE DST/AIDS NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL
Rânia Andrade Lima, Cândida Amélia Marinho de Oliveira, Denise Alves Guimarães, Carlos Alberto Pegolo da Gama

Resumo


Introdução: As doenças sexualmente transmissíveis constituem problema de saúde pública mundial. Estudos revelam que os sujeitos conhecem o preservativo como método de prevenção das DST/AIDS, mas a informação não está diretamente relacionada à mudança de comportamento. Muitas mulheres não fazem uso contínuo do preservativo por terem parceiro fixo, mesmo que não confiem no comportamento sexual dele. Objetivo: Analisar fatores apontados por participantes de rodas de conversa para a não utilização de preservativos nas práticas sexuais. Método: As ações desenvolvidas no projeto PRÓ/PET SAÚDE - EDUCAÇÃO EM SAÚDE: SEXUALIDADE E PREVENÇÃO DE DST/AIDS NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS-MG trabalham com metodologia participativa de educação. Foram consideradas as falas dos participantes de 35 rodas de conversa que incluía homens e mulheres. As falas foram analisadas a partir da análise de conteúdo e discutidas com a literatura consultada. Resultados: Os motivos alegados com maior frequência foram: a) uso do preservativo em relacionamentos estáveis como uma atitude que põe em cheque a crença da confiança entre parceiros; b) não aceitação por parte do parceiro em utilizar o preservativo, o que está correlacionado a outra categoria que aponta a subordinação da mulher à vontade do homem; c) crença que o preservativo atrapalha o prazer; e d) uso do preservativo apenas como método contraceptivo. Tais dados são compatíveis com os achados na literatura. Conclusão: Conhecer motivos para não prática do sexo seguro fomenta uma abordagem direcionada à desconstrução e reconstrução de conceitos que possibilitem mudança de comportamento, processo facilitado em metodologias participativas. As mulheres representam grupo mais vulnerável às DST/AIDS ao relatarem que a negociação com o parceiro sobre o uso do preservativo é quase sempre difícil, requerendo a alegação de que representa segurança para se evitar uma gravidez indesejada; algumas falas deixaram clara a subordinação da mulher à vontade do homem. Destaca-se o valor da educação em saúde que possa ir além da transmissão da informação e que considere a importância de conhecer diferentes formas de perceber as questões vinculadas à sexualidade, práticas sexuais e sua relação com a adoção de formas de prevenção às DST/AIDS.

Palavras-chave


educação; saúde; sexualidade