Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CUIDADOS PALIATIVOS: ABORDAGEM DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR
Ingryd Nascimento da Silva Franklim Mesquita, Cecylia Kátia Limaverde Pessôa

Resumo


Introdução: De acordo com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP, 2009), a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2002, definiu cuidados paliativos como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Para a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos, Lei n. 52/2012, estes se centram na prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, na melhoria do bem-estar e no apoio aos doentes e às suas famílias, quando associado à doença grave ou incurável, em fase avançada e progressiva (BRASIL, 2012). Objetivo: Investigar a produção do conhecimento sobre os cuidados paliativos com foco na abordagem do trabalho interdisciplinar em saúde. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada no período de maio a agosto de 2013, que toma como objeto de estudo artigos científicos, buscando relações entre conceitos, características e ideias (ALMEIDA, 2011), os quais foram pesquisados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados: Os cuidados paliativos constituem um campo interdisciplinar de cuidados totais, ativos e integrais, dispensados aos pacientes com doenças avançadas e em fase terminal (FLORIANI; SCHRAMM, 2007), que fundam um corpo de conhecimentos peculiares como outro modo de gerenciar a morte (ARAÚJO; SILVA, 2012). Estes pacientes apresentam fragilidades e limitações especiais de naturezas física, psicológica, social e espiritual, sendo vistos como fora das possibilidades terapêuticas de cura. Surge, assim, a necessidade de um modo específico de cuidar, que envolve, dentre outras, as concepções de qualidade de vida, abordagem interdisciplinar e humanista, controle e alívio da dor e dos demais sintomas, comunicação, espiritualidade e apoio ao luto (SILVA; SUDIGURSKY, 2008). Cabe aos profissionais de saúde amenizar os vários tipos de desconfortos e as dores dos pacientes e/ou familiares (KRUSE et AL., 2007), sendo preciso conhecimento de técnicas de comunicação interpessoal as quais são facilitadoras da interação (ARAÚJO; SILVA, 2012), de forma a possibilitar uma atenção de qualidade que não se restrinja aos aspectos físicos dos cuidados (FONSECA; REBELO, 2011). Conclusão: Por fim, evidenciou-se a necessidade da qualificação dos profissionais de saúde, visto esses não deterem todas as respostas ante a complexidade dos problemas enfrentados, sendo forçoso o compartilhamento de suas experiências e a concepção do ser total, procurando compreender o sofrimento do paciente, de seus familiares e da própria equipe de trabalho. Assim, faz-se indispensável implementar a assistência dos cuidados paliativos nos serviços de atenção básica à saúde, pois todo indivíduo tem o direito de viver e de morrer com dignidade.

Palavras-chave


Cuidados paliativos; Equipe interdisciplinar;Saúde

Referências


ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS - ANCP. O que são cuidados paliativos? 2009. Disponível em: <http://www.paliativo.org.br/ancp.php?p=oqueecuidados>. Acesso em: 15 jun. 2013.

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