Tamanho da fonte: 

A saúde coletiva vem se tornando campo fértil para o desenvolvimento de pesquisas utilizando a metodologia da análise de redes sociais. Presenta-se resultado do mapeamento da rede familiar e de amizade de 34 adolescentes que cumpriam medidas socioeducativas em um Centro Educacional Feminino coordenado pelo Governo do Estado do Ceará, Brasil. Aplicou-se entrevista e utilizou-se o UCINET e NET DRAW para o processamento dos dados, bem como a geração dos mapas de rede. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UNIFOR sob o parecer de nº 123.108. Os resultados dizem respeito à rede percebida. As 34 adolescentes respondendo à entrevista geraram o total de 111 nomes além das próprias entrevistadas. Destes, 68 eram da rede de amizade (incluídos nesse número companheiros, profissionais e outras adolescentes institucionalizadas); os demais formam pessoas citados da família nuclear, com predomínio nas mães. No que diz respeito à densidade, verificou-se que apenas 0,5% das relações potenciais da rede estavam sendo efetivadas. Isto significa que de um total de 175.000 relações calculadas pelo programa como possíveis de acontecer, apenas 875 efetivamente se consolidavam. A diretora destacou-se com centralidade, perfazendo o grau de entrada de 7.000 ou em termos percentuais de 3,933%, o que é considerado muito baixo. Conclui-se por haver limitações das adolescentes em perceber pessoas significativas ou com potencial de ajuda, o que reflete no tamanho de suas redes familiar e de amizades. A baixa densidade da rede analisada denota a fragilidade/precariedade dos vínculos de amizades até mesmo entre as adolescentes que vivenciam medidas socioeducativas, sendo também significativo o fato de as famílias dessas adolescentes não interagirem.

Apoio Social; Adolescente Institucionalizado; Saúde do Adolescente Institucionalizado