Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REGULAÇÃO DO TRABALHO MÉDICO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO: A AGENDA DE CARLOS GENTILE DE MELLO
Vanessa Nolasco Ferreira, Carlos Henrique Assunção Paiva

Resumo


Este trabalho é produto de uma investigação científica em andamento intitulada “Saúde, Direito Social e Base para o Desenvolvimento: Proposta da Fiocruz para os 25 Anos do SUS” cujo objetivo geral é contribuir para a consolidação do SUS, considerando como um dos aspectos mais críticos para a efetivação do direito universal, as relações entre desenvolvimento e saúde. Especificamente, um dos eixos da pesquisa é o estudo exploratório de Fundos salvaguardados no Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz, onde estão documentos de precursores da Reforma Sanitária. Assim, o Fundo Carlos Gentile de Mello e suas proposições quanto à regulação do trabalho médico, a partir do entendimento de que a promoção da saúde seria possível apenas a partir da extensão do desenvolvimento econômico e social para todas as regiões do país foi alvo da pesquisa supracitada e é objeto do trabalho aqui proposto. O método utilizado para a análise dos documentos que fazem parte do fundo foi a Análise de Conteúdo (Bardin, 2010).  As etapas foram: a pré-análise, momento no qual o material foi organizado a partir de uma leitura flutuante; a codificação transformando-se os achados de cada documento em texto; passando-se, então, à categorização e a constituição de um corpus de análise que possibilitou a elaboração de indicadores para a discussão final aqui apresentada. Como resultados parciais emergiram duas categorias principais: a saúde como correlato do desenvolvimento econômico e social que deveria ser distribuída pelas regiões do país; e a regulação do trabalho médico, inclusive, como estratégia de redistribuição de médicos, dado que o desenvolvimento se concentrou, de acordo com o autor, no eixo Rio-São Paulo e fez com que os profissionais também se aglomerassem nesse eixo. No tocante a saúde como desenvolvimento defendeu ferrenhamente, inclusive em suas colunas nos jornais Folha de São Paulo e Opinião, que a há uma relação de interdependência entre a saúde e o contexto global, não podendo a sociedade suportar uma estrutura médico-sanitária superdimensionada e em desacordo com seu estágio de desenvolvimento socioeconômico. Quanto à regulação do trabalho médico, inclusive como estratégia de enfrentamento à falta de desenvolvimento, passou a estudar a ideia dos médicos de pés descalços, proposta por Mao Tsé-Tung. Além disso, defendeu que a regulação do trabalho dos médicos deve ser pensada a partir do perfil sanitário do país.

Palavras-chave


Carlos Gentile de Mello; Regulação do Trabalho Médico; Saúde

Referências


Fundo Carlos Gentile de Mello. Referência BR RJCOC GM. Disponível em http://http://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/carlos-gentile-de-mello;isad. Acessado em 15 dez 2013

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