Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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TRANSIÇÃO POLÍTICA NO CONTEXTO DA GESTÃO EM SAÚDE MENTAL – PERSPECTIVAS A PARTIR DA EDUCAÇÃO PERMANENTE
Eduardo Caron, Kathya Bertolini, Maria Luiza Cardeal, Julia Catunda Abreu, Marcia Pompermayer, Daniel Schor, Beatriz Pontes Esposito, Edney Vitório, Rosana Marcondes, Renata Paula Roma, Angela Maia

Resumo


O problema: Em rodas de Educação Permanente no Colegiado de Saúde Mental de Osasco – SP entre 2012 e 2013 problematizamos a gestão do trabalho nos momentos de eleição e transição na gestão municipal. Observamos implicações de ordem político-organizacional, micropolíticas e emocionais que afetam a produção de cuidado e saúde. A experiência: O Colegiado adotou as rodas de EPS para lidar com um sentimento de angústia crescente neste contexto. Detectamos as seguintes implicações: a)   Durante o período eleitoral cresce o sentimento de vazio e indefinição juntamente com o temor de que o trabalho construído está prestes a se perder. b)  A ansiedade reside no temor de descontinuidade da gestão do Colegiado desde 2006 para integração da Saúde Mental na Atenção Básica e a ampliação dos espaços de participação - Assembleias, Reuniões de Rede e o Fórum de Saúde Mental. c)   Nos períodos de eleição e transição ocorrem descontinuidades de diversas ordens: Falta de planejamento da gestão municipal Falta de recursos materiais e humanos.Cargos administrativos e de gestão dos equipamentos são distribuídos entre vereadores e/ou prefeito em função de interesses eleitorais. d)  Observa-se um processo de alienação e assujeitamento dos trabalhadores e usuários: Incapazes de dar respostas a descontinuidades que estrangulam a assistência.Submetidos a processos arbitrários que interferem na gestão do trabalho. Esse processo de alienação se reflete sobre a produção do cuidado e de saúde: Prejudica o desenvolvimento de autonomia e a ampliação de relações compartilhadas. Favorece o descompromisso e acomodação do trabalhador efetivo. Para proteger a continuidade do trabalho realizado, elaborou-se um relatório de gestão que registra os marcos atuais no desenvolvimento da Rede de Apoio Psicossocial e traça um plano de continuidade. Esse instrumento: a)   Propiciou à equipe uma sustentação para enfrentar o contexto de indefinição. b)  Gerou um processo de produção de conhecimento com base na experiência. c)   Ofereceu um documento consolidado para negociação com o novo gestor municipal da Saúde. Conclusões: As rodas de EPS fornecem antídotos para ansiedade, assujeitamento e acomodação gerados em períodos eleitorais e de indefinição da gestão municipal. Concluímos que os usuários também podem se beneficiar da discussão deste tema em rodas de EPS nas unidades e participar da elaboração de documentos direcionados à nova gestão.

Palavras-chave


transição política; eleição municipal; gestão do trabalho; educação permanente