Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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OFICINAS DE TERRITORIALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: EXPERIÊNCIA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE NO MUNICÍPIO DE QUIXADÁ-CEARÁ.
Raphaela Mota Feitosa, Evanise Leandro Pereira, Luis Carlos Queiroz de Alencar, Mabel Melo Sousa, Leina Mércia de Oliveira Vasconcelos

Resumo


Dentre os princípios do SUS, a Participação Popular, evidencia transformação para a formulação e o controle de políticas públicas, exercendo ações decisórias sobre o poder do Estado. É preciso compreender que os projetos de saúde nascem das necessidades da comunidade, e não de programas verticais que vêm do “nível central” para a “ponta”. O controle social caminha junto do controle público, e estes não podem estar separados da comunicação, maneira pela qual o indivíduo se faz político, ou seja, nenhuma práxis política se desenvolve de forma alheia às práticas discursivas, no entanto elas só acontecem quando cada ator envolvido assume seu papel e exerce seu poder. Como convocar e sensibilizar as pessoas para o planejamento realmente participativo? Buscou-se uma estratégia para esse questionamento. Foram realizadas oficinas de territorialização facilitadas por uma equipe do programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da Escola de Saúde Pública do Ceará junto à comunidade do município de Quixadá com cinco grupos específicos, a saber: Agentes Comunitários de Saúde; Crianças e Adolescentes; Mulheres; Idosos e Famílias, totalizando 91 participantes. A intervenção objetivou verificar a percepção dos moradores quanto ao seu território, envolvendo-os em um processo de planejamento participativo com idealização de ações em saúde. Para tanto as oficinas foram norteadas por duas perguntas: “Como é a sua comunidade?” e “Como você sonha a sua comunidade?”, sempre precedidas por dinâmicas de acolhimento e aquecimento e sucedidas por reflexão, compartilhamento e proposição de ações. Os achados apontaram certa contradição na percepção do território, envolvendo um misto de fragilidades e potencialidades. Outro contrassenso foi a menção sempre feita ao profissional médico quando se tratava de acesso a saúde, ao passo que as idealizações, envolveram determinantes sociais que evidenciaram a saúde além da ausência de doença, incluindo acesso à educação e lazer; geração de emprego e renda; condições de moradia e finalmente a paz, tão clamada em todas as oficinas. As oficinas se mostraram eficazes para o planejamento participativo com estratégias voltadas às reais necessidades do território e propuseram educação em saúde como prioridade, apontando uma necessidade de empoderamento da comunidade. Recomenda-se esta estratégia na rotina do processo de territorialização para a promoção da participação e controle social.

Referências