Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O DESAFIO DA EDUCAÇÃO NO E PARA O TRABALHO: EXPERIÊNCIA DE ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COM APOIADORES INSTITUCIONAIS
Mariana Bertol Leal, Ana Cristina Lima Pimentel, Emmanuela Mendes Amorim, Gisélia Cristina Sena Pinheiro, Márcia Lotufo

Resumo


A Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) firmou um Termo de Cooperação com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), objetivando um conjunto de atividades de cooperação à implementação da estratégia do Apoio Integrado a Estados e Municípios e à Gestão Regional. Com esse objetivo, algumas das atividades propostas e desenvolvidas foram ações de educação permanente em saúde para o fortalecimento do apoio institucional do SUS. Essas ações visavam qualificar e fortalecer o processo de gestão estratégica e participativa do SUS a partir de processos e atividades de educação permanente, envolvendo a realização do Curso de Aperfeiçoamento em Gestão Estratégica e Participativa no SUS. Segundo o Ministério da Saúde (2009), a educação permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm. Sendo assim, o formato dado ao curso não poderia se diferente e baseou-se na educação permanente, num processo que se desenvolve a partir do trabalho, tendo o trabalhador como sujeito do seu trabalho e do seu processo de aprendizagem. Como grande parte do público eram os apoiadores institucionais da SGEP, problematizar e aprender mais sobre o sujeito apoiador foi o ponto de partida desse processo. A partir desse movimento, as questões dos diversos cenários do trabalho foram sendo trabalhadas e a partir delas reflexões foram feitas para apoiar a qualificação do processo de trabalho. Ao longo dos encontros com os apoiadores foi possível perceber a necessidade que existe de análise institucional do trabalho, o espaço da fala, da escuta, da reflexão e da possibilidade de construção de novos processos e formas de fazer o seu trabalho. Muito mais do que alguns conhecimentos específicos o grupo precisava se encontrar, trocar experiências e conhecimentos. Esses encontros ocorreram a partir da realização do curso. Ser apoiador e/ou fazer um trabalho de gestão apoiadora não é tarefa simples, pois temos pouca cultura desse modo de fazer e isso trouxe um desafio para os lugares e pessoas que aceitaram o convite de reinventar a forma como são construídas as relações institucionais e federativas no SUS do Brasil. Com esse desafio ainda lidamos cotidianamente mas tal iniciativa já demonstrou que a educação permanente é uma estratégia potente para apoiar e transformar o trabalho e os trabalhadores.