Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SAÚDE MENTAL, SUS E CUIDADO: EXPERIÊNCIA ACADÊMICA EM USF DE PORTO ALEGRE
Monique Scapinello, Luciana Regner, Rosemarie Tschiedel, Simone Castro, Natália Ebeling

Resumo


Este relato visa a contar um pouco da experiência da realização de um questionário em duas Unidades de Saúde da Família da capital gaúcha. Promovida pelo PET-Saúde, cujo eixo é embasado na atenção psicossocial, esta atividade, feita por alunos de diferentes cursos da UFRGS, veio ao encontro do imperativo de conhecer melhor os pensamentos, as características e as demandas da comunidade quanto à saúde mental, além de poder articular questões, saberes e ideias com os profissionais da unidade acerca do assunto. Vemos na realização do questionário um dispositivo para escutar a singularidade do sujeito através de em uma conversa simples e empática, sempre respeitando os limites e as resistências do sujeito e da USF. Poder articular na Atenção Básica, conhecer melhor sua realidade e funcionamento, conhecer o funcionamento da equipe, do território e o fluxo das demandas nos soa essencial para a formação. Experienciar as falas e as expressões dos usuários ao contar-nos, através das perguntas do questionário, um pouco de sua história, seus sentimentos ou suas sensações não são ensinados em livros, tampouco na sala de aula. Fazer parte da história de um SUS humanizado e que constrói alternativas para melhor conhecer e atender a população nos faz cidadãos capazes de aprimorar nossas competências e capacidades nas dimensões política, teórica e social da realidade.       Elencamos como efeitos alcançados a sensibilização por parte da equipe quanto ao tema, além do conhecimento por parte da mesma de algumas características da população relacionadas à saúde mental. Pensamos junto à equipe dispositivos potencializadores de atenção à saúde mental e de novas produções de subjetividade, de fácil acesso para otimizar as condições de vida da população. Com isso, acreditamos que o acolhimento e os demais serviços prestados na unidade poderão contar uma escuta e com um olhar ampliado e sensível às questões de saúde mental. Quanto aos usuários, possibilitamos um espaço de escuta de suas questões subjetivas e conversamos sobre práticas potencializadoras de saúde mental. Recomendamos que ao entrar-se em contato com o sujeito, é preciso lembrar que seu saber, sua percepção e sua voz associados a uma escuta humanizada são construtores de saúde, de autonomia e de vida, Entendemos que dialogar sobre cuidados em saúde mental, desfazer preconceitos, construir vínculos e assegurar o acesso a uma rede de serviços, tendo-se como pressuposto o princípio da integralidade, é imprescindível.

Palavras-chave


saúde metal; SUS; escuta