Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL E AMÉRICA LATINA (2008 – 2012): UMA REVISÃO DE LITERATURA
Marília Dorea dos Santos, Catarina Santos Leite, Marcus Vinicius Sacramento França, Maria do Socorro Farias Chaves, Andressa Santos Oliveira, Sandra Cristina Carvalho Oliveira, Tatiane Araújo dos Santos

Resumo


Introdução. Sífilis congênita é uma doença causada pela bactéria Treponema pallidum transmitida verticalmente, pela placenta da mãe para o feto quando a gestante infectada não é tratada ou tratada inadequadamente, podendo ocorrer em qualquer fase gestacional ou até mesmo durante o parto. “Sua notificação, para fins de vigilância epidemiológica tornou-se compulsória por meio da portaria nº 542 de 22 de dezembro de 1986”(Brasil, 2006, p.28). O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Vigilância em Saúde (PET-Saúde/VS) na Universidade Federal da Bahia (UFBA) se propôs a realizar o levantamento da produção científica, abordando sífilis congênita na América Latina e no Brasil entre 2008 e 2012, buscando compreender aspectos envolvidos nesse processo e compará-los entre si. Metodologia. Trata-se de uma revisão de literatura integrativa, realizada através de pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com descritores específicos (sífilis congênita, morbidade, gestante, nascidos vivos, incidência, mortalidade) e critérios de inclusão como País/região, idioma, ano de publicação (2008 a 2012) e base de dados Medline ou Lilacs. Após busca, foram encontrados 52 artigos. Compararam-se todos os artigos para garantir que não haveria repetições, restando 26 textos. Tomou-se como base a pergunta norteadora: “O que revela a produção científica nacional e internacional sobre a sífilis congênita na América latina e no Brasil no período de 2008 a 2012?”. Após a leitura dos resumos foram selecionados 12 textos para a leitura completa , análise e preenchimento do instrumento de coleta baseado no modelo de revisão proposto por Urci (2005). Resultados. Dos textos analisados, observou-se tendência ao aumento das notificações de sífilis congênita no Brasil, com desigualdades sociais na distribuição dos casos. No Brasil a redução de sífilis congênita foi diretamente associada com a cobertura da Estratégia de Saúde da Família, sendo a realização do pré-natal um determinante no diagnóstico (Araújo et al, 2012). Resultados parecidos foram encontrados em Posadas (Argentina) (Parker et al, 2012). A incidência estimada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2003, é menor do que a relatada pelos autores em um dos artigos (Cardona, et al, 2012). O que poderia ser explicado por uma baixa eficiência dos mecanismos de controle para doença ou o aumento de casos relatados, resultando em menos subnotificações. Identificou-se como fatores de risco para aquisição da doença a raça/cor preta e parda, as condições socioeconômicas das gestantes, grau de escolaridade baixo e idade materna inferior a 20 anos (Araújo et al, 2012). Conclusão. Os casos ainda existentes de sífilis congênita indicam grave problema de saúde pública, apesar da disponibilidade do diagnóstico e do tratamento pelas unidades de saúde. Portanto, é necessário o acompanhamento adequado da gestante no pré-natal.

Palavras-chave


América Latina – Brasil - Sífilis congênita

Referências


  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS. Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.
  2. Cardona G, Lucena C, Gutiérrez G, Darío W, Arango C, María L, García V, Adelaida M, Buitrago M, Milena D. Prevalencia de sífilis gestacional e incidencia de sífilis congénita, Cali, Colombia, 2010. Rev Colomb Obstet Ginecol; 2012 out – dez; 63(4): 321-32.
  1. Araújo CL; Shimizu HE; Sousa AI; Hamann EM. Incidence of congenital syphilis in Brazil and its relationship with the Family Health Strategy. Rev Saude Publica. Jun 2012; 46(3): 479-86.
  2. Parker LA, Deschutter EJ, Bornay-Llinares FJ, Hernandez-Aguado I, Silva G, Piragine Rdel C, Lumbreras B. Clinical and socioeconomic determinants of congenital syphilis in Posadas, Argentina. Int J Infect Dis; Abril 2012 16(4): e256-61.
  3. Rodrigues CS; Guimarães MD; César CC. Missed opportunities for congenital syphilis and HIV perinatal transmission prevention. Rev Saude Publica;2008 Out; 42(5): 851-8.
  4. Samayoa B; Anderson MR; Alonso Pacheco KP; Lee C; Pittard A; Soltren A; Barrios Matos I; Arathoon E. Seroprevalence of HIV, hepatitis B, and syphilis among pregnant women at the general hospital, Guatemala City, 2005-2009. J Int Assoc Physicians AIDS Care (Chic). Set-Out. 2010; 9(5): 313-7.
  5. Sass N, Junior ARF, Siqueira JM, Silva FRO, Sato JL, Nakamura UM, Souza E. Desfechos maternos e perinatais em gestantes bolivianas no município de São Paulo: um estudo transversal caso-controle. Rev. bras. ginecol. Obstet. Ago 2012. 32(8): 398-404.
  1. Díaz-Olavarrieta C,  Wilson KS,  García SG, Revollo R,  Richmond  K, Paz F,  Chavez L. Co-ocorrência de violência por parceiro íntimo(IPV) e sífilis entre gestantes na Bolívia. 2009. J Womens Health (Larchmt); 18(12): 2077-86, 2009.
  1. Virna Liza Pereira Chaves. Sífilis congênita: fatores associados ao tratamento das gestantes e seus parceiros[ Dissertação]. Rio de Janeiro. 2010.