Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ESTREITANDO LAÇOS TERRITORIAIS: TECENDO REFLEXÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS ENTRE ESTUDANTES DO BRASIL E CABO VERDE
Wellington Gadelha Farias Junior

Resumo


O presente trabalho é parte da realização do Estágio Básico Supervisionado I do curso de Psicologia da Faculdade Nordeste – FANOR/DeVry. Temos como objetivo apresentar uma descrição e analise do processo do estágio realizado pelo grupo (Entre) Laços Raciais no período de janeiro a julho de 2013. Os objetivos foram: fomentar e mobilizar a interação entre os estudantes Africanos e Brasileiros da FANOR mediante a realização de intervenções; promover discussões e vivencias acerca do tema identidade e democracia racial entre os estudantes Africanos e Brasileiros. Partindo deste escopo, pensar identidade e democracia racial em um país, onde as experiências democráticas, políticas e sociais, ainda estão engatinhando, é um fator decisivo para implicarmos e percebemos a fragilidade de discussões desse cunho, ainda mais na comunidade acadêmica, pois percebemos que existe uma desinformação que desqualifica o debate sobre Identidade e Democracia Racial. Durante as atividades, os alunos, acompanhados em supervisão, realizaram articulações com atores sociais, gerando mesas redondas, vídeos-instalações e espaços de problematizações dentro da ênfase curricular de Sociedade Civil de Direitos Humanos. Para as intervenções, a metodologia que utilizamos foi reuniões semanais de supervisão, realizações de levantamento e leituras bibliográficas específicas para a temática, confecção de relatório e partilha entre os outros grupos do estágio. Como resultados é possível apontar que a temática dentro da academia é pouco discutida e a aproximação entre estudantes Africanos e Brasileiros na instituição é muito limitada, ou seja, a necessidade de criar espaços de partilha entre os estudantes é fundamental para pensarmos nuances que perpassam os direitos humanos. Além disso, foi preciso gerar fissuras localizadas na dinâmica cultural da instituição a ponto de facilitarmos diálogos e aproximações entre estes estudantes. Observou-se também que pensar o estágio dentro da instituição de ensino gera movimentos que são capazes de ampliarmos a maneira de pensar/fazer psicologia, logo pensar psicologia sob o eixo dos direitos humanos é sem dúvida um exercício que amplia possibilidade outras de enxergar a práxis da psicologia.

Palavras-chave


Identidade; Democracia Racial, Direitos Humanos

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