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PERCEPÇÃO DO SERVIÇO DAS AMBULANCHAS - SAMU POR QUILOMBOLAS ILHÉUS
Resumo
Para a prestação de cuidados emergenciais, o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU) conta com diferentes recursos¹, dentre estes a ambulancha, uma embarcação utilizada para o suporte a indivíduos em locais remotos, bem como para o transporte para o continente e a devida remoção para uma instituição de saúde adequada. Objetivo: conhecer a percepção de quilombolas ilhéus acerca do serviço das ambulanchas do SAMU. Método: estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado de outubro a dezembro de 2013 na Comunidade Quilombola de Praia Grande, localizada na Ilha de Maré, Salvador-BA, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia sob o parecer nº 420.096. Participaram 23 moradores da ilha de ambos os sexos. O instrumento de coleta de dados foi um formulário com perguntas abertas e a técnica foi a entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados pela técnica de conteúdo temática proposta por Bardin. Resultados: da análise dos dados emergiram três categorias: “Os benefícios das ambulanchas para salvar vidas”, a comunidade reconhece as ambulanchas como um meio eficaz e ágil no transporte em situações de urgência e emergência, além de mencioná-la como um recurso inovador para a ilha, para agilizar e facilitar até a chegada a um serviço hospitalar no continente; “O desconhecimento do serviço” foi identificado que alguns moradores da ilha não tinham ciência acerca da existência das ambulanchas e, consequentemente, não sabiam que poderiam utilizá-la quando em situações de urgência e emergência, deixando de ser beneficiados com o serviço, e alguns associaram isto à falta de divulgação; e, “Mecanismo de acionamento”, percebeu-se que poucos sabiam que para solicitar uma embarcação de socorro era necessário telefonar para o SAMU, referindo o número 192; outros, quando perguntados para qual número discar, citaram o número 190, da polícia militar; e houve os que afirmaram desconhecer para qual número deveriam telefonar. Conclusão: os ilhéus quilombolas ainda não estão totalmente inteirados da existência desta ferramenta de prestação de serviços emergenciais, o que compromete a sua assistência em caso de necessidade. Ademais, há equívoco acerca de qual número discar para solicitar a ambulancha, o que denota falta de conhecimento acerca do acionamento da mesma. Assim, fica evidenciada a necessidade de maior divulgação do número 192 nessas comunidades, de forma a orientar as pessoas na busca por cuidados, quando necessário.
Palavras-chave
Socorro de Urgência; Integração à Comunidade; Populações Vulneráveis.
Referências
1. Machado CV, Salvador FGF, O’Dwyer G. Serviço de atendimento móvel de urgência: análise da política brasileira. Rev Saúde Pública 2011;45(3):519-28.