Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
O COTIDIANO DO SUS ENQUANTO PRINCÍPIO EDUCATIVO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Éric Santos Almeida, Rebeca Silva dos Santos, Rodrigo Santos Barros

Resumo


A formação em saúde continua sendo área crítica no contexto da reorientação da produção do cuidado no setor saúde, permanecendo alheia à organização da gestão setorial e ao debate crítico sobre os sistemas de estruturação da atenção. Aprofunda-se a necessidade de desenvolver perfis profissionais comprometidos ético-politicamente e que atuem como protagonistas das mudanças necessárias nos modelos de atenção e gestão em saúde, e que busque fortalecer o sistema de saúde brasileiro. A educação permanente em saúde surge com a proposta de ação estratégica capaz de contribuir para a transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de saúde e para a organização dos serviços, empreendendo um trabalho articulado entre o sistema de saúde, em suas várias esferas de gestão, e as instituições formadoras. O relato descreve a inserção de estudantes de graduações em saúde, no contexto das práticas e ações da Educação Permanente em Saúde, que ocorreu durante o período de março de 2012 a março de 2013, no Hospital Geral de Vitória da Conquista, situado em Vitória da Conquista, Bahia. Partindo da iniciativa da Secretaria de Saúde do estado da Bahia – SESAB, que por meio da Escola Estadual de Saúde Pública – EESP, que desenvolve o programa de estágios não obrigatórios: “O Cotidiano do SUS enquanto princípio educativo”. Durante a experiência, os estudantes foram inseridos na equipe do Núcleo de Educação Permanente e puderam conhecer e se apropriar da discussão conceito-teórica acerca da Educação Permanente em Saúde - EPS, vivenciar o cotidiano das ações, além de participar e promover diversos momentos e espaços de discussão com os profissionais, na busca por propiciar a reflexão acerca da prática e reorientá-la, como se propõe a EPS. A inserção dos estudantes proposta pelo programa de estágio não obrigatório se estabelece como ferramenta de reorientação da formação em saúde, pois aproxima e integra os serviços da Rede ao processo de formação, oportunizando os discentes, estimulando a reflexão crítica e promovendo a vivência interdisciplinar e o contato precoce com os cenários de prática da rede de serviços do SUS. A integração ensino-serviço promove a reflexão e discussão dos processos de formação em saúde, além de impulsionar mudanças curriculares necessárias, visando o adequamento do perfil profissional com as reais necessidades e demandas do SUS. Entretanto experiência como esta, tem oportunizados poucos estudantes, fazendo-se necessário, promover outros espaços de aproximação ensino-serviço e estimular à reflexão crítica dos sujeitos, permitindo o desenvolvimento do comprometimento ético, político e social.

Palavras-chave


educação permanente em saúde; formação e prática em saúde; integração ensino-serviço;

Referências


Carotta F, Kawamura D, Salazar J. Educação Permanente em Saúde: uma estratégia de gestão para pensar, refletir e construir práticas educativas e processos de trabalhos. Saúde e Sociedade, 2009, v.18, supl.1.

CECCIM, R. B. Formação e desenvolvimento na área da saúde: observação para a política de recursos humanos. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Observatório de recursos humanos em saúde no Brasil: estudos e análises. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002, p. 373-414.

Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2004, 14(1):41-65.

Fontoura MS, Lemos M. A Integração da Educação e Trabalho da Saúde e a Política de Educação Permanente em Saúde do SUS-Ba. Revista de Saúde Pública 2008; v. 32, n. 3.

Ministério da Saúde. Brasil. Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS. Caminhos para a Educação Permanente em Saúde: Pólos de Educação Permanente em Saúde. Brasília; 2004.