Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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UM OLHAR DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE A MORTE E O MORRER
Alisson Salatiek Ferreira de Freitas, Eliane Alves Cordeiro, Mara Aguiar Ferreira, Jorge Luís Pereira Cavalcante, Valderlandia Alves Mariano, Maria Simone da Costa Freitas

Resumo


Introdução: O mistério, a incerteza e o medo do desconhecido são sensações que definem a morte. Todas essas vivencias permeiam a humanidade até os dias atuais e estão presentes nas mais diversas culturas, as quais buscaram respostas nos mitos, na filosofia, na arte e nas religiões, querendo assim caminhos que tornassem compreensível o desconhecido a fim de solucionar a angústia gerada pela morte. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo descrever os sentimentos vivenciados pelos acadêmicos de enfermagem acerca do processo do morrer e da morte. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, com delineamento qualitativo. O presente estudo foi realizado em uma instituição de Ensino Superior (IES), privada, localizada na zona oeste de Fortaleza e que possui o curso o Bacharelado em Enfermagem. Os dados foram coletados no mês de setembro de 2013, com 9 estudantes de graduação em enfermagem, norteados por um roteiro semiestruturado com nove graduandos de enfermagem. Resultados e discussões: Morte é penosa não só para quem experimenta, como também para quem a observa, ainda pelo fato de sermos tão impotentes para ajudar. Que mostra que a perda de um paciente é um fator que causa ansiedade intensa nos acadêmicos de enfermagem, pois acreditam que poderiam ter evitado e salvado a vida do paciente. Nesta situação, eles vivenciam sentimentos de culpa, impotência e frustração. Sentimento de impotência pode provocar sofrimento no acadêmico de enfermagem o qual faz questionamentos sobre o que poderia ou o que deixou de fazer para recuperar ou manter a vida dos pacientes que estava sob seus cuidados. Junto a essas questões ele, ainda, vive o conflito entre a vida e a morte. O futuro profissional da saúde, que foi treinado para curar e salvar vidas, ao deparar-se com a morte, sente-se angustiado ao reconhecer que a sua profissão o obriga a conviver com esse processo. Considerações finais: O estudo realizado denotou que profissionais de saúde, sobretudo os estudantes de enfermagem, cuja formação está focada no salvar vidas, têm enfrentado um ambiente de constante frustração e sofrimento quando não há possibilidade de cura para o paciente sob seus cuidados. Consideram-se impotentes e angustiados ao se deparar com a morte e o morrer, vivenciando assim um processo doloroso e de difícil aceitação.

Palavras-chave


Morte; Percepção; Estudantes de Enfermagem.

Referências


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