Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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INFLUÊNCIA FAMILIAR NO USO DE PRÁTICAS POPULARES NO CUIDADO À SAÚDE DA CRIANÇA
Viviane Jesus, Samylla Siqueira, Elane Santos, Marília Oliveira, Lucas Martins, Daniel Freitas, Climene Camargo

Resumo


Introdução: a transferência dos valores culturais permite a perpetuação não só da identidade de uma família, mas de um povo. Os quilombolas são exemplos de povos que transmitem entre as gerações suas práticas, principalmente de cuidado à saúde, Isso traz a necessidade de uma aproximação dos profissionais de saúde aos saberes e práticas populares. Objetivo: descrever a influência familiar no uso de práticas populares no cuidado à saúde da criança. Método: estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado nas comunidades quilombolas de Praia Grande, Botelho, Maracanã, Porto do Cavalo e Monte Alegre, todas localizadas no Estado da Bahia, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, sob o parecer nº 274.208.  A coleta foi realizada de maio a julho de 2013, sendo o instrumento de coleta de dados a técnica de entrevista aberta, aplicada a duas idosas de cada localidade. Para análise dos dados, realizou-se a organização dos relatos, condensação dos dados mais relevantes e elaboração de categorias analíticas4.  Resultados: da análise dos dados surgiram as seguintes categorias: “Práticas populares reproduzidas pelas idosas”, as entrevistadas citaram o chá de plantas, geralmente colhidas do próprio quintal, o óleo de risse e a reza como práticas mais utilizadas; “Doenças mais frequentes na infância e o tratamento”, a varíola, catapora, febre, dor, e gripe foram as doenças mais mencionadas e, para tratá-las, utilizavam-se os chás de sabugueiro, capim-santo, tapete de oxalá, erva cidreira, aroeira e os ferimentos eram cobertos com a folha da banana, consumo do óleo de rícino e a reza; “A maneira de cuidar dos filhos e netos”, as idosas afirmaram reproduzir o cuidado que tiveram quando criança ao terem os filhos, netos e bisnetos doentes. Nesta etapa, as doenças mais citadas foram: febre, dor e a gripe. Para o tratamento dessas, as práticas reproduzidas foram o uso dos chás de sabugueiro, capim-santo, aroeira, erva-cidreira, o consumo do óleo de rícino e a reza, esta apareceu na maioria dos relatos. Conclusão: a influência familiar no uso de práticas populares é evidente entre as idosas entrevistadas. As práticas mais reproduzidas foram o uso de chás, ingesta de óleo de rícino e a reza. Com isso, nota-se a importância dos profissionais estarem sabidos dessas práticas populares de cuidado à saúde a fim de que haja coerência entre elas e o cuidado convencional.

Palavras-chave


Relações de Família; Cultura; Saúde da Criança.

Referências


1Lisboa AV, Féres-Carneiro T, Jablonski B. Transmissão Intergeracional da Cultura: um estudo sobre uma família mineira. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 1, p. 51-59, jan./abr. 2007.

2Badke MR et al. Saberes e práticas populares de cuidado em saúde com o uso de plantas medicinais. Texto contexto - enferm. vol.21 no.2 Florianópolis Apr./June 2012.

3Linhares EF, Silva LWS, Rodrigues VP, Araújo RT. Influência Intergeracional no Cuidado do Coto Umbilical do Recém-nascido. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012 Out-Dez; 21(4): 828-36.

4MINAYO, MCS; Deslandes, SF; Gomes, R. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 23ª   ed. Petrópolis, 2004.