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Caracterização do problema: A despeito das conquistas oriundas dos movimentos étnicos no Brasil, os quilombos vivem aquém da tão sonhada igualdade dos direitos. Essa afirmação pode ser evidenciada pela ausência de políticas e ações sociais voltadas para um desenvolvimento sustentável das comunidades reconhecidas como quilombolas. Descrição da experiência: O projeto foi fomentado pela Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) sob edital nº 010/2011, desenvolvido com base no Interacionismo Simbólico e a Pedagogia da Problematização com o objetivo de estimular o fortalecimento comunitário na produção e implementação de tecnologias sociais para o desenvolvimento autossustentável das comunidades de praia grande (Ilha de Maré/Salvador-BA) e Moreré (Cairu-BA). As ações foram divididas em três etapas: primeiro, mobilizou-se a comunidade viabilizando uma integração na identificação e soluções dos problemas, permitindo elaboração dos planos de capacitação e produção; segundo, foram ofertadas capacitações teóricas e práticas de temas relacionados à promoção da saúde. Estes foram apresentados e debatidos como eixo norteador das ações de sustentabilidade. Além disso, os sujeitos foram capacitados em fabricação de doces caseiros, persianas e placas acústicas; terceiro, as pessoas foram estimuladas a produzir os insumos supracitados utilizando-se os recursos naturais disponíveis nas comunidades como forma de geração de renda e desenvolvimento local. Efeitos alcançados: Implantação das tecnologias de placas acústicas e persianas artesanais em praia grande (Ilha de Maré) e Moreré, respectivamente; ocorreu a revitalização das cozinhas experimentais para a fabricação de doces caseiros nos lócus referidos e foram realizadas atividades de educação em saúde, impactando no desenvolvimento socioeconômico das comunidades. Recomendações: Recomenda-se a realização de iniciativas como estas em outras comunidades carentes, pois a tecnologia social se revelou um instrumento satisfatório na promoção do desenvolvimento de comunidades quilombolas, pois a execução de ações de saúde, associada à busca de sustentabilidade, pode promover potencialidades individuais e coletivas que propiciam melhor qualidade de vida.

1. Volochko A, Batista LE. Saude nos Quilombos. São Paulo: Instituto de Saúde – SESSP, Sao Paulo: GTAE – SESSP, 2009. 2. Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho Nacional de Assistência Social. Relatório GT População Quilomb