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FORMAÇÕES NÔMADES: EXPERIÊNCIAS DE CONSTRUÇÃO PEDAGÓGICA NO PROJETO CAMINHOS DO CUIDADO: FORMAÇÃO EM SAÚDE MENTAL (CRACK, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS) PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) E AUXILIARES/TÉCNICOS DE ENFERMAGEM (ATENF) DA ATENÇÃO BÁSICA
Resumo
Um desafio da Reforma Psiquiátrica está em afirmar as estratégias de cuidado no território. Este desafio se coloca de forma singular em relação ao cuidado das pessoas que tem problemas relacionados ao uso de drogas. Hoje, há uma forte comoção quanto a debates sobre o tema das drogas no Brasil; bombardeios midiáticos sobre consumo de crack contribuem para que o tema seja bastante dicotômico e emaranhado de preconceitos. Desta forma, analisamos a importância da efetivação das políticas de Saúde Mental, de Atenção Básica, de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas. Buscando trabalhar a partir da lógica da educação permanente, o projeto Caminhos do Cuidado: Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas) para agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos de enfermagem (ATEnf) da Atenção Básica é desenvolvido em parceria entre Ministério da Saúde, Grupo Hospitalar Conceição e FIOCRUZ. Disposto em 60 horas de formação (40h presenciais e 20h de atividades de dispersão), o curso está organizado a partir de três eixos temáticos que se enlaçam: I) território, redes de atenção, conceitos, políticas e as práticas de cuidado em saúde mental; II) a “caixa de ferramentas” dos ACS e ATEnf na Atenção Básica; III - transversal) reforma psiquiátrica, redução de danos e integralidade do cuidado. A formação está pensada de modo que, no cotidiano de trabalho, possam abrir-se espaços que produzam visibilidade e legitimidade às ações em saúde mental que estes trabalhadores já realizam. A questão da importância do cuidado no território, o trabalho em rede, as ferramentas de cuidado, a problematização de pré-conceitos, estão diluídos em um cardápio de dinâmicas, textos e vídeos, sempre em um sentido de dar potência ao espaço do debate. Vemos que estes trabalhadores, por vezes, realizam uma série de ações efetivas que não tem a mesma visibilidade dos profissionais de ensino superior. Contudo, essas intervenções, tidas como minúsculas, geralmente são baseadas em vínculo, acolhimento, escuta - ferramentas importantes e consagradas como estratégias fundamentais para o trabalho em saúde mental..
Palavras-chave
atenção básica; saúde mental; redução de danos