Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CARAVAGGIO É MELHOR QUE O PROZAC “FATTI NON FOSTE PER VIVER COME BRUTI, MA PER SEGUIR VIRTUTE E CANOSCENZA”
Ardigó Martino, Pietro Ramina

Resumo


Apresentamos um projeto artístico-científico de Ardigó Martino, médico da Universidade de Bolonha Italia e Pietro Ramina, artista plástico hospede do albergue para moradores de rua Beltrame, na mesma cidade. O projeto aborda o tema da beleza, do bem-estar e da promoção da saúde problematizando o uso de fármacos psicoativos para tratamento dos estados depressivos causados por condições de vida desfavoráveis. O objetivo tem sido a reflexão conjunta entre médico e artista, sobre arte e bem-estar e a produção de um texto e de um quadro que se completam e complementam. A reflexão conjunta tem abordado a falta do “belo” no cotidiano, a substituição da estética e da beleza com a eficacia, produtividade, ou com aestética do luxo e a marginalização do não produtivo. A beleza se retrai do cotidiano reduzindo emoções e afetos na vida das pessoas e margnalizando o artista. A sensação de tristeza e depressão devida a carência estética pode ser medicalizada com fármacos psicoativos. Quanto isso o médico ressalta a falta de ferramentas biomedicas para enfrentar os efeitos no corpo dos processos sociais, portanto o médico se encontra na difícil condição de oferecer apenas tratamento sintomático, e pode atuar como dispositivo de disfarçamento das causas estruturais de doença. Por entanto o artista propõe a exposição cotidiana a beleza como foram terapêutica. O quadro que acompanha esse texto pertence a corrente do abstratismo, porque o artista quer marcar a diferencia entres artesanato, arte terapia e a arte como produção de beleza pela vida. A pintura como fato artístico não se restringe ao momento da execução, portanto a ideia de remover a forma para exaltar os conteúdos profundos remete a ideia de tratar o mal-estar com remédios sintomáticos ou colocar em discussão a organização estrutural da sociedade. A pintura é realizada em uma madeira recuperada no lixo simbolizando o poder da arte de recuperar pessoas descartadas. A técnica mista: acrílico, marcadores, têmpera, remete a necessidade de acolher a complexidade da vida para enfrentar os problemas da vida evitando simplificações mono-disciplinais e mono-profissionais. Finalmente a obre tem sido realizada em menos que uma hora a frente de uma preparação e reflexão de semanas. Essa escolha problematiza o encontro entre médico e paciente como evento pontual, que ate que tecnicamente perfeito não produz saúde se não tem uma aproximação humana de longo prazo, e fora do consultório.

Palavras-chave


saúde, bem estar, arte