Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PARCERIA INTERSETORIAL ENTRE ASSISTÊNCIA E SAÚDE PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA EM HORIZONTE, CEARÁ
Hadassa Tavares Leandro, Ítala Maria de Queiroz Maia, Juliana Quintino Pinheiro, Karina de Andrade Batista, Tayra Ferreira Fonseca

Resumo


A partir da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), e de nossa inserção enquanto assistentes sociais e psicólogos na equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de Horizonte-CE, vivenciamos diferentes redes de assistência desse território e percebemos emergir nos cenários crianças que, por diversas razões, encontravam-se em algum sofrimento psíquico leve e/ou dificuldade relacional (seja familiar ou escolar), apresentando necessidade de acompanhamento psicossocial. A rede municipal não dispunha de programas específicos que dessem suporte a essas crianças e familiares de modo que, em alguns casos, a questão agravava, fazendo que as famílias buscassem serviços na atenção secundária, por vezes ficando a atenção básica sem conhecimento do caso. Esse fato foi observado a partir da demanda que chegava ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), sendo percebida necessidade de voltar a atenção para o cuidado preventivo. Assim, estabelecemos uma parceria de trabalho entre a saúde e assistência do município, a partir criação do grupo de crianças e familiares. Estes que visam trabalhar com queixa comportamental, transtornos leves de ansiedade e depressão, assim como temas relacionados a auto estima e segurança das crianças e familiares, tendo em vista a manutenção de vínculos familiares e sociais. São encontros quinzenais facilitados por profissionais-residentes das categorias de psicologia e serviço social,e ocorrem de forma simultânea, por meio de oficinas, dinâmicas, palestras e recursos audiovisuais, abordando temas emanados da própria necessidade, cotidiano e processos vivenciados pelas famílias. A participação no processo de construção das temáticas a serem trabalhadas no grupo é valorizada como iniciativa e fortalecimento da autonomia dos próprios participantes, de sua história de vida e motivações pessoais e familiares. Como resultado das atividades realizadas, perceberam-se membros mais dispostos a estabelecer e dialogar questões pertinentes ao seu espaço familiar e comunitário, bem como propiciar local de acolhimento de dificuldades e de reflexões sobre a forma de enfrentamento, propiciando reflexões de condutas junto aos filhos e a organização familiar, observado através dos relatos. Quanto ao grupo de crianças notamos uma ressignificação das vivências, facilitando o estabelecimento de novos vínculos através da própria implicação nos conflitos.

Palavras-chave


Intersetorialidade; Saúde; crianças; famílias; grupo

Referências


Brasil. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

PAULA, Kelly Andressa de; PALHA, Pedro Fredemir; PROTTI, Simone Teresinha. Intersetorialidade: uma vivência prática ou um desafio a ser conquistado?: O Discurso do Sujeito Coletivo dos enfermeiros nos núcleos de Saúde da Família do Distrito Oeste – Ribeirão Preto. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Ribeirão Preto, v. 8, n. 15, p.331-348, mar./ago. 2004.