Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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INIQUIDADES EM SAÚDE: DETERMINANTES SOCIAIS EM FOCO
Itala Maria de Queiroz Maia

Resumo


A universalidade do acesso aos serviços de saúde na sociedade brasileira é uma conquista recente, estando esse direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. Direito que foi conquistado pelos defensores da Reforma Sanitária, tendo como proposta a democratização do acesso, a universalidade das ações, a concepção da saúde como direito social e dever do Estado, a descentralização com o controle social e a proposta de uma estratégia para a reestruturação do setor através da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse novo modelo, a concepção ampliada de saúde garante um papel da promoção da saúde que cresce em sua importância como uma estratégia fundamental para o enfrentamento dos problemas do processo saúde-doença-cuidado e de sua determinação. Vale ressaltar que a universalidade do acesso aos serviços de saúde não foi acompanhada de aumento compatível de recursos para o setor, o que resultou numa progressiva degradação da qualidade dos serviços oferecidos pelo sistema público. O objetivo do presente estudo é expor o conceito dos determinantes sociais da saúde fazendo um resgate histórico, destacando a sua relevância para o desenvolvimento de políticas públicas equitativas e sua aplicabilidade na sociedade brasileira, considerando os meios para reduzir as desigualdades sociais que influenciam diretamente na saúde da população. As práticas de saúde no Brasil, em sua maioria, voltaram-se paras ações curativas, o que coloca a definição de saúde como sendo, simplesmente, ausência de doença. Definição esta que vem sendo questionada, considerando as condições de vida e trabalho dos indivíduos e da comunidade como um todo, assim, as condições de vida das pessoas influenciam no seu estado de saúde. Com a discussão sobre a saúde sendo considerada um complexo que envolve diversos fatores: sociais, econômico, comunitários e individuais, percebe-se as desigualdades em saúde. Além das desigualdades a serem consideradas, deve-se considerar que as políticas devem se encontrar, promovendo assim a intersetorialidade que é o ponto principal para se chegar à equidade. Os grandes centros urbanos têm como marcas de seu desenvolvimento a falta de saneamento, de água, de moradia, dentre outros. Dessa forma conclui-se que a intersetorialidade é considerada a chave da questão em saúde num todo, pois alcança as esferas educacionais, ambientais, habitacionais, econômicas e sociais englobando todos os fatores integrantes da saúde.

Palavras-chave


iniquidade; saúde; determinantes sociais

Referências


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