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Caracterização do problema: As políticas de educação e de saúde para o campo da formação dos profissionais apontam mudanças há mais de 20 anos, mas os contextos da formação ainda reproduzem um modelo de formação com práticas disciplinares, ensino por acumulação de conhecimentos, aprendizagem uniprofissional e centrada em cenários tradicionais, como salas de aula, hospitais e ambulatórios especializados. Descrição da experiência: Na UFRGS, vem sendo desenvolvida a atividade Práticas Integradas em Saúde I, oferecida aos estudantes dos diversos cursos da área da saúde e realizada no território de Equipes de Saúde da Família, mobiliza a aprendizagem também nos docentes. A experiência relatada é a docência/tutoria de grupos semestrais de oito alunos. A equipe de tutores, três no acompanhamento da Unidade de Saúde da Família Santa Anita, que fica em uma região de vulnerabilidade social de Porto Alegre, tem formação em nutrição, saúde coletiva e medicina. Para o exercício da docência/tutoria, a atividade de ensino utiliza-se da estratégia da organização de projetos de reconhecimento e produção de ações de devolução, constituindo aprendizagem e responsabilidade ética com o território. Efeitos alcançados: Para dar conta da docência/tutoria, foram desenvolvidas tecnologias de ensino como mapas para representação de equipamentos sociais e áreas de vulnerabilidade e risco, construídas, oficinas com adolescentes, boletins informativos, visitas guiadas ao território em busca de características que ampliem a compreensão da produção de saúde, discussões com os diferentes trabalhadores das equipes e representantes da comunidade usuária. Os alunos participantes têm realizado avaliações muito positivas da aprendizagem e da docência nas atividades coletivas e nos portfólios, demonstrando o reconhecimento da ação de tutoria na construção de aprendizagens significativas. Recomendações: A docência em cenários de prática fora do ambiente dos serviços requer o desenvolvimento de habilidades distintas da formação regular do docente, mobilizando a capacidade de experimentação e o desenvolvimento de alteridade com os demais profissionais e também a capacidade de utilização de tecnologias leves (relacionais) no contato com os colegas docentes, alunos, trabalhadores das equipes e com os atores sociais no território. A abertura a uma saúde mais ampla e mais colada ao modo de existir das pessoas é uma necessidade e uma aprendizagem significativa. É oportuno que as instituições invistam na formação docente nessa perspectiva, assim como valorizem mais ações de extensão, de pesquisa e de ensino descentradas dos ambientes acadêmicos tradicionais.

Ensino por tutoria, território, práticas pedagógicas em saúde, interdisciplinariedade