Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
PROFISSIONAIS DO SEXO E CONTROLE SOCIAL: AMPLIANDO OS CUIDADOS EM SAÚDE
Karina de Andrade Batista, Ítala Maria de Queiroz Maia, Tayra Ferreira Fonsceca

Resumo


A experiência apresentada parte da inserção de residentes da psicologia e serviço social do programa da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), lotados no município de Horizonte-CE. A partir da compreensão do cuidado em saúde de modo ampliado, em que o foco já não está no adoecimento, mas nas ações de prevenção e promoção nos diferentes contextos comunitários e culturais no qual o sujeito está inserido, e ao adentrarmos o território, percebemos a necessidade de criar o grupo Saúde da Mulher em uma casa de show do município. A necessidade de trabalhar com as profissionais do sexo surgiu da constatação de que, embora tenhamos dado alguns avanços sociais no modo de perceber e significar a prostituição (recentemente tivemos o reconhecimento oficial como profissão – Ministério do Trabalho e Emprego, Classificação Brasileira de Ocupações. 2011), profissionais do sexo ainda são alvo de estigma e discriminação, o que dificulta o acesso ao sistema de saúde e outras intervenções sociais. Salientamos que ao discorrer sobre prostituição – esta que não possui única representação ou experiência homogênea – nos deparamos com questões relacionadas à sexualidade, feminilidade, questões de gênero e relações de trabalho e de poder. Aqui, lidamos com um feminino que está relacionada à questão de gênero numa perspectiva performativa, enquanto produto de discursos, dentro de um contexto social e cultural específico. A intervenção realizada nesse referido espaço se dá por meio de oficinas e rodas de conversa, sendo o cuidado em saúde realizado como modo de fortalecer o grupo. A participação no processo de construção das temáticas a serem partilhadas são escolhidas pelas participantes, de acordo com suas histórias de vida e motivações pessoais. Como resultado das atividades realizadas, percebemos membros mais dispostos a estabelecer vínculos com os dispositivos institucionais e dialogar questões pertinentes ao processo de trabalho e vivências familiares e comunitárias, bem discutir e ressignificar o ser mulher, a feminilidade, sexualidade e o papel social partindo das vivências de trabalho e das relações com a cultura e comunidade.

Palavras-chave


Atenção Básica; saúde; profissionais do sexo

Referências


FRANCO e MERHY. Contradições e novos desafios. Disponível em: <http://www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/artigos-17.pdf>.

LIMA, A.F.; BATISTA, K.A.; LARA JUNIOR, N. A ideologia do corpo feminino perfeito: questões com o real. Psicol. estud.,  Maringá ,  v. 18,n.1,mar.2013. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722013000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  17  dez.  2013.

MOREIRA, M.R. ESCOREL, S. Participação socialIn GIOVANELLA, L (orgs) Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil, Editora FIOCRUZ, 2008.

OLIVEIRA, Gustavo Nunes; FURLAN, Paula Giovana. Co-produção de projetos coletivos ediferentes "olhares" sobre o território. PAIM, J.S. Modelo de atenção à saúde no BrasilIn GIOVANELLA, L.(orgs).Política e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro, Editora FIOCRUZ, 2008.