Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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AJUDA MÚTUA ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA E ESCOLARES DO 8º ANO PRIMÁRIO PARA CONSTRUIR UM PROGRAMA DE SEXUALIDADE SAUDÁVEL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE FLORIANÓPOLIS
Bruna Ues, Roxana Knobel, Gonzalo Jaime Cofre Cofre, Evaldo dos Santos, Evandro Russo, Maria Salete Medeiros Vieira, Ricardo Nascimento

Resumo


Caracterização do problema: Estudos da Organização Mundial da Saúde revelam que 22% dos adolescentes iniciam atividade sexual aos 15 anos de idade e a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar aponta que 30,5 % dos escolares de 9º ano de ensino fundamental já tiveram relação sexual. A iniciação sexual precoce está associada com o não uso ou uso inadequado de preservativos e suas consequências. Desde o ano 2000, Santa Catarina está entre os cinco estados com maiores taxas de contaminação com HIV e no ano de 2009 a região sul destacou-se com a maior taxa no Brasil, com 12,6/100.000 habitantes entre 13-24 anos. Do total de partos atendidos no SUS em 2007, 55% foram de adolescentes e jovens entre 10-24 anos. Descrição da experiência: Acadêmicos e professores da Universidade Federal de Santa Catarina elaboraram um programa em 2012 para criar um vínculo de apoio sobre educação sexual entre acadêmicos de medicina e estudantes das escolas públicas de Florianópolis. As escolas beneficiadas são cadastradas no Programa Saúde na Escola e foram selecionadas conforme as vulnerabilidades levantadas pela Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Os acadêmicos de medicina enviaram uma carta de interesse e os selecionados receberam bolsa de extensão universitária. As atividades são planejadas e realizadas por duplas de acadêmicos e professor receptor inseridos em sala de aula em horário regular. As intervenções têm cunho multidisciplinar e buscam grande participação dos alunos, com jogos, desenhos, bonecos ou slides. Efeitos alcançados: Atualmente o programa conta com 5 professores universitários, 18 acadêmicos de medicina atuando em 8 escolas e atingindo aproximadamente 1115 estudantes entre 11 a 15 anos e 15 professores da rede pública de ensino fundamental. Os alunos de ensino fundamental mostram grande interesse e participação nas oficinas. Apontam satisfação e compreensão dos temas desenvolvidos. A atuação do acadêmico de medicina em sala de aula, apoiando os professores de diversas disciplinas a repassarem os temas, possibilita estudo e reflexão e o prepara para ações voltadas à prevenção e promoção de saúde. Recomendações: O aprendizado gradual aliado à presença do estudante de medicina em sala de aula desperta a atenção dos adolescentes, facilita a compreensão e os deixa mais a vontade para questionamentos e discussões. Os currículos das universidades de medicina são bastante deficientes nessa área e devem incluir esse tipo de abordagem. A promoção à saúde dentro das escolas é um desafio a ser enfrentado em todo o SUS para melhorar a saúde da população.

Palavras-chave


Educação sexual; Educação médica; Prevenção de doenças; Saúde do adolescente; Sexualidade

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