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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DADOS CLÍNICOS E AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
Resumo
Introdução: O aumento da expectativa de vida da população Brasileira é considerado pela Organização Mundial da Saúde como uma grande conquista, reflexo do melhoramento das condições de vida no país. Segundo estimativas, a proporção de idosos no Brasil, do ano de 2000 a 2020, passará de 5% para 10%. Apesar do avanço dos cuidados à saúde promovendo melhoramento na qualidade de vida da população adulta, consequentemente aumentando a longevidade, restaram as sequelas bucais da fase em quê o tratamento de escolha eram as exodontias, mutilando e elevando o índice de edentulismo nos indivíduos da faixa etária de 65 a 74 anos, havendo desta forma, a necessidade de investimentos na reabilitação oral através de próteses dentárias. Porém ainda remanesce o conceito entre a maioria da população idosa de quê o cuidado com a Saúde Bucal não é prioridade e normalmente associam este cuidado com as extrações dentárias. Objetivo: Comparar os dados clínicos coletados relativos ao uso de Próteses Dentárias (PD) e necessidades de PD com os dados subjetivos da Pesquisa, a autopercepção da saúde bucal do grupo etário de 65 a 74 anos no município de João Pessoa/PB. Método: Análise do Banco de Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, SB BRASIL 2010, referente a João Pessoa/PB, com foco nos dados clínicos obtidos na faixa etária de 65 a 74 anos (211 pessoas examinadas), quanto ao uso e necessidade de próteses dentárias e segundo a autopercepção dos indivíduos daquele grupo em relação a: dificuldade em falar, vergonha em sorrir, atrapalhar o sono e satisfação com a sua saúde bucal. Resultados: Segundo dados da Pesquisa SB BRASIL 2010, de 211 pessoas no grupo etário de 65 a 74 anos, 73,46% usam algum tipo de prótese dentária superior e 68,75% usam prótese inferior, porém ainda foi encontrada a necessidade de uso de 50,43% de prótese superior e 68,72% de necessidade de prótese inferior. Apesar disto, 87,20% acreditam que não sofrem dificuldade em falar, 83,41% não sentem vergonha de sorrir, 88,62% acham que não atrapalha o sono e 45,97% acham-se satisfeitos com a sua saúde bucal. Conclusão: Estes dados demonstram que entre o grupo etário de 65 a 74 anos há uma baixa percepção entre fatores subjetivos, como fala, sorriso e sono com os achados clínicos de uso e necessidade de algum tipo de prótese dentária, seja superior ou inferior. Faz-se necessário que a gestão amplie as suas ações de Promoção à Saúde na Atenção Básica ampliando o cuidado em saúde bucal para além das fronteiras da boca.
Palavras-chave
Saúde bucal, Saúde do Idoso, Pesquisa sobre serviços de saúde
Referências
OLIVEIRA, F.B.S.; A Atenção à Saúde Bucal dos idosos do Programa Saúde da Família Tiradentes. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Saúde da Família, UFMG – Montes Claros/MG, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. SB Brasil 2010. Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Resultados Principais. Brasília–DF, 2011. http://189.28.128.100/dab/docs/geral/projeto_sb2010_relatorio_final.pdf
BULGARELLI, A.F., MESTRINER, S.F., PINTO, I.C., Percepções de um grupo de idosos frente ao fato de não consultarem regularmente o cirurgião-dentista. Revista de Geriatria e Gerontologia, 15 (1): 97-107, Rio de Janeiro, 2012;