Tamanho da fonte: 

Diversas formas de abordagens conhecidas como terapias expressivas ou criativas, incluindo arteterapia, têm sido oferecidas a pacientes com câncer em diversos países, com resultados promissores na redução de sintomas físicos e psicológicos (Vasconcellos et al., 2006; Collie, Bottorff & Longi, 2006;Forzoni et al., 2010; Singh, 2011). Entretanto, a maioria dos estudos trabalha com grupos selecionados, excluindo, muitas vezes, pacientes em piores condições físicas e emocionais e, portanto, mais necessitados de cuidados complementares. Além disso, é raro o uso de terapia expressiva durante sessões de quimioterapia. Objetivo: O projeto Infusão de Vida, do programa Terapia Expressiva como veículo de Cuidado Integral do Hospital Universitário Antônio Pedro – TECI-HUAP, da Universidade Federal Fluminense, desenvolveu um estudo quali-quantitativo para avaliar os efeitos de intervenções com terapia expressiva sobre o conforto e o bem estar dos pacientes durante sessões de quimioterapia. Método: Os participantes do estudo incluíram 177 pacientes com diferentes tipos de câncer em vários estágios e 52 pacientes com doenças autoimunes. Foi aplicado um questionário semiestruturado antes e depois de uma intervenção coletiva de terapia expressiva realizada durante uma sessão de quimioterapia dos participantes do estudo. O estudo foi realizado entre os meses de Abril e Novembro de 2011. Foram coletados dados sociodemográficos, auto avaliação em saúde, emoções predominantes bem como auto avaliação dos estados físico, psicológico, emocional, mental e espiritual. O bem estar foi avaliado através da média dos valores atribuídos para as quatro dimensões acima citadas. O teste de Wilcoxon foi utilizado para estimar a significância estatística. Resultados: os participantes do estudo foram muito receptivos a intervenção proposta. Após a terapia expressiva 39% dos pacientes relataram melhora no nível de conforto (p < 0.001).  Melhora na condição física, mental e emocional após a intervenção foi relatada por 39.3%, 33.8% e 35.8% dos pacientes, respectivamente. Além disso, foi observado incremento significativo no bem estar dos pacientes após a intervenção proposta (p < 0.001). Conclusão:  O estudo gerou evidências de que a terapia expressiva pode oferecer conforto e produzir benefícios nas dimensões física, emocional e mental a uma ampla gama de pacientes com câncer e doenças autoimunes. A intervenção foi amplamente aceita e pareceu adequada, mesmo a pacientes com restrição de movimentos ou falta de energia e motivação, mostrando-se factível de ser realizada durante sessões de quimioterapia.

arteterapia; terapia expressiva;oncologia; bem estar; pacientes com câncer