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CORRELAÇÃO ENTRE OS EXAMES DE DENSIDADE ÓSSEA MINERAL DE VÉRTEBRAS, RADIO E FEMUR E OS ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DA CORTICAL BASAL MANDIBULAR EM MULHERES BRASILEIRAS LEUCODERMAS PÓS-MENOPAUSA
Resumo
Introdução: A osteoporose é caracterizada pela diminuição da massa óssea e alteração da microarquitetura do trabeculado ósseo, acarretando em fragilidade dos ossos acometidos. As fraturas causadas por osteoporose estão associadas a altos índices de mortalidade, e a elevados gastos com saúde pública. A osteoporose tem maior incidência em mulheres e ocorre principalmente após a menopausa. Nas últimas décadas, pesquisas realizadas têm reportado achados radiográficos na cavidade bucal, associando-os à osteoporose. Foram encontradas evidências de perda óssea bucal associada com osteoporose, especialmente relacionada à porção cortical mandibular. Objetivo: Avaliar a possível existência de correlação entre os diferentes parâmetros de análise dos aspectos radiográficos em radiografias panorâmicas digitais da cortical basal mandibular com as medidas de densidade óssea das vértebras, fêmur e rádio, realizada pelo exame DEXA (absormetria radiológica de dupla energia). Método: Foram selecionadas 92 radiografias panorâmicas digitais de mulheres brasileiras caucasianas, na pós-menopausa e que apresentavam concomitantemente laudos de densitometria óssea (DEXA). A amostra era isenta de quaisquer doenças sistêmicas que pudessem influenciar a qualidade e quantidade óssea mineral. Para avaliar a morfologia óssea da cortical basal da mandíbula, esta foi classificada em três grupos: C-1 normal, C-2 com moderada erosão, C-3 com severa erosão. Para análise quantitativa deste, foram realizadas medidas da espessura da cortical bilateralmente, na região do forame mentual e do ângulo mandibular. Resultados: Foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre a classificação morfológica da cortical basal da mandíbula e o exame de densitometria do rádio (p<0,0001), com sensibilidade de 94,8% e especificidade de 17,6%. 0 mesmo ocorreu no exame de densitometria das vértebras (p=0,0044), com sensibilidade de 94,5% e especificidade de 16,2%, e do fêmur (p=0,0034), com sensibilidade de 94,4% e especificidade de 13%. Foram observadas também diferença estatisticamente significante entre a média da espessura da cortical basal da mandíbula em relação ao exame DEXA nas três regiões analisadas. Conclusão: A análise da cortical basal da mandíbula pode ser utilizada como avaliação inicial da qualidade óssea de um sitio específico de interesse e pode sugerir alterações ósseas generalizadas, permitindo ao Cirurgião Dentista encaminhar o paciente para o exame de densitometria óssea.
Palavras-chave
Densitometria Óssea, Mandíbula, Osteoporose
Referências
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