Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS: PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Carine Vendruscolo, Letícia de Lima Trindade, Edlamar Kátia Adamy

Resumo


Introdução: As discussões sobre Promoção da Saúde (PS) no Brasil iniciam com o Movimento da Reforma Sanitária, nos anos 1970 e 1980, culminando com a proposição de um Sistema Único de Saúde (SUS). O ideário da PS tem fundamentos similares aos que foram tema da I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, que aconteceu em Ottawa, no Canadá1. Essa Conferência resultou na Carta de Ottawa, um dos documentos fundadores da PS na atualidade e seu conteúdo enfatiza, sobretudo, a dimensão social da saúde, a partir de cinco campos de ação: políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis à saúde, reforço da ação comunitária, criação de habilidades pessoais e reorientação dos serviços de saúde1. Objetivo: conhecer a percepção de estudantes das fases finais do curso de graduação em enfermagem sobre as diferenças entre o modelo preventivo e o da Promoção da Saúde. Método: Estudo com abordagem qualitativa, no qual foram realizadas entrevistas com nove estudantes do curso de Enfermagem de uma universidade pública. Os discursos foram tratados com base no método de Análise de Conteúdo. Para análise de conteúdo2, elegeu-se como referência a Carta de Ottawa, documento que apresenta o conceito mais contemporâneo de PS, qual seja, a união de esforços individuais e ações coletivas para intervir na qualidade de vida das comunidades1. Resultados: Existe uma homogeneidade no ideário dos estudantes de enfermagem que participaram do estudo, em relação às diferenças entre o modelo preventivo e o da PS. As percepções convergem, em parte, com os pressupostos da Carta de Ottawa, os quais sugerem a PS como capacitação da comunidade para atuar na sua qualidade de vida. De outro lado, ao referirem-se à PS, os estudantes destacam termos como, por exemplo, “campanhas”, que remetem a um modelo assistencial que marcou o início do século XX, cuja base de atenção à saúde era o preventivismo3-4.  Conclusão: Observou-se uma confusão entre os termos prevenção e PS no ideário dos sujeitos pesquisados, o que sinaliza para a necessidade de ampliação do debate sobre a temática no contexto estudado. A universidade precisa investir na formação, tendo a temática PS como transversal nos processos educativos, atendendo aos movimentos de reorientação da formação na saúde.

Palavras-chave


Promoção da Saúde. Ensino. Enfermagem. Qualidade de Vida.

Referências


  1. WHO 1986. Carta de Ottawa. Promoção da Saúde: Cartas de Ottawa, Adelaide, Sundsvall e Santa Fé de Bogotá. Brasília, 1986.
  2. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O Desafio do Conhecimento. Pesquisa Qualitativa em Saúde. 12 ed. São Paulo: Haucitec, 2010.
  3. SCLIAR, Moacir. A História do Conceito de Saúde. Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.17, 2007.
  4. TESSER, C. D.; GARCIA, A. V.; VENDRUSCOLO, C.; ARGENTA, C. E. Estratégia saúde da família e análise da realidade social: subsídios para políticas de promoção da saúde e educação permanente. Ciência e Saúde Coletiva, v. 16, n. 11, p. 4295-4306, 2011.