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Este trabalho objetiva apresentar a importância da oficina terapêutica no Plano Terapêutico Singular (PTS) de usuários de drogas como um recurso que potencializa o sujeito, constituindo-se num olhar para além do sintoma. A partir dos dados do projeto da Pesquisa “A realidade do crack em Santa Cruz do Sul”, que vem sendo realizada desde 2010 na Universidade de Santa Cruz do Sul/UNISC com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS) propôs-se como estratégia de promoção de vida, uma Oficina de Beleza com usuários do CAPS AD do Município de Lajeado. O uso de drogas brange questões que vão além do uso abusivo de substancias, configurando fenômenos causadores de sofrimento de indivíduos, famílias e grupos sociais (Macedo, 2008). A associação de usuários de crack a zumbis, figuras patéticas, mortos vivos, produz discursos que autorizam a eliminação/ exclusão destes “monstros contemporâneos”, estratégia que Foucault chamaria de “assassínio indireto”(Petuco,2012). Em contraponto a esta percepção, entende-se que pessoas que usam drogas são iguais àquelas que não usam e que seu sofrimento não se resume ao não controlar o seu consumo de drogas. Decorre daí, a necessidade de ampliar a percepção sobre situações de vulnerabilidade e do sofrimento dos usuários de drogas. As oficinas terapêuticas vão ao encontro do que se preconiza para cuidado e a atenção de pessoas que usam drogas, pois objetiva, promover cidadania e expressão da liberdade. As oficinas possibilitam expressão de sentimentos, vivências singulares e de grupo, priorizando autonomia e criação. O grupo é composto por usuárias do serviço, uma Técnica de Enfermagem e uma estagiária de Psicologia. As atividades realizadas são definidas e organizadas pelo grupo, promovendo aimplicaçao e responsabilização, ao mesmo tempo em que possibilita originalidade e criação. Os encontros acontecem semanalmente e as atividades realizadas são, entre outras,: manicure, pedicure, corte de cabelo, passeios, e cuidados com higiene corporal. Constata-se que as pessoas tem descoberto potencialidades, aumentado a estima de si e, asseguram-se de um lugar de saber e fazer. As oficinas terapêuticas, valorizam a singularidade no fazer em grupo e promovendo inserção social.

Oficina terapêutica; autonimia; potencialidades.