Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: PERCEPÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Diane Sousa Sales, Maria da Conceição Coelho Brito, Clayre Anne de Araújo Aguiar, Lidiane Marha de Souza Oliveira, Monalisa Abrante Mariano Costa

Resumo


A violência contra o idoso promove impactos negativos sobre a saúde da vítima, como altas taxas de morbidade e mortalidade, aumento do risco de lesão e uma série de problemas de saúde e doenças crônicas. Nesse contexto, adentra-se o âmbito da violência contra o idoso como uma temática que vem sendo discutida recentemente na sociedade, porém, ela é observada desde tempos remotos. O estudo teve como objetivo identificar a percepção do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em relação ao idoso que foi vítima de violência e analisar o fluxo de atendimento dos casos de violência contra o idoso identificados pelos ACS. METODOLOGIA: Trata-se de estudo exploratório e descritivo com uma abordagem qualitativa, sendo os sujeitos os ACS. A coleta de informações foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e os dados foram categorizados com base no referencial de Análise Temática de Minayo. Os aspectos da Resolução n. 466/12, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foram observados. DISCUSSÃO: Neste estudo, a partir das falas dos ACS, surgiram duas categorias: 1) Percepção sobre o idoso identificado como vítima de violência, na qual se retrata a imagem da violência observada durante as visitas domiciliares e que a maioria dos casos ocorre no ambiente familiar e que seus autores são, em geral, filhos e netos das vítimas, mas, também, amigos, inquilinos e senhorios; e 2) Notificação: identificação do caso no fluxo de atendimento ‒ esta aponta que as instituições que notificam e acolhem o idoso que foi vítima de violência são as unidades básicas de saúde (UBS) e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). A partir dessas instituições ocorre o encaminhamento para outros serviços. Apesar disso, pesquisas apontam dentre as razões para a subnotificação a dificuldade de denúncia da violência doméstica contra os idosos, o despreparo dos profissionais de saúde para investigar os casos, a infraestrutura deficiente de atendimento e a fragilidade das redes de apoio CONCLUSÃO: Verificou-se que os ACS consideram a violência intrafamiliar predominante, que é cometida por quem compartilha o dia a dia com o idoso e envolve, principalmente, a negligência. Em relação às instituições, estas não dialogam na perspectiva de socialização de informações dos casos notificados, assim, vivencia-se uma ausência de fluxo de atendimento para essa família. Em compensação, os ACS apresentam uma proposta de fluxo de atendimento para as instituições.

Palavras-chave


Maus-tratos ao idoso; Notificação; Agentes comunitários de saúde