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DA ESCOLA À RESIDÊNCIA: SOCIALIZANDO UM ESPAÇO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E VIVÊNCIA COMUNITÁRIA
Resumo
As condições de vida e saúde em nosso país, assim como a complexidade da questão social, criam um cenário favorável à exposição dos indivíduos a graves riscos de adoecimento e situações de vulnerabilidade. Portanto, tais fatores devem ser considerados como objeto de ação do sistema de saúde em conjunto com outros setores, entre eles a educação. A escola, tendo como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem, desempenha papel fundamental na formação e atuação cotidiana dos indivíduos. Ela cumpre um papel decisivo na percepção e construção da cidadania, assim como no acesso às políticas públicas, tornando-se um espaço privilegiado para ações de promoção da saúde (BRASIL, 2009). Este trabalho objetiva compartilhar a atividade desenvolvida pelos integrantes (residentes e preceptora) da ênfase de Saúde Mental Coletiva da Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE), em uma escola estadual de ensino profissionalizante no município de Fortaleza. A atividade visa criar um espaço de socialização voltado para a discussão de temas transversais, promoção da saúde e prevenção, por meio de uma construção compartilhada do conhecimento, junto aos estudantes da referida escola. Para tanto, foram construídas oficinas dialógicas com um grupo de 15 estudantes do 1º ano do ensino médio - sendo cinco estudantes de cada turma - previamente convidados. As oficinas foram executadas por um período de aproximadamente quatro meses, com reuniões quinzenais em horários alternados, às quartas-feiras no período da manhã. Como instrumentos para as oficinas, utilizou-se jogos educativos, vídeos, dinâmicas de grupo, rodas de conversa e demais atividades lúdicas. A avaliação das oficinas ocorreu de forma qualitativa e continuada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. A cada oficina, a equipe de residentes construiu relatórios sobre as atividades executadas, compartilhando-os com a coordenação da escola e Secretaria de Educação do município. Ao longo do período das oficinas, criou-se um vínculo afetivo entre os diversos atores envolvidos na dinâmica institucional, que repercutiu de modo a possibilitar a criação de outros espaços em consonância com a atividade proposta - por vezes negligenciados pelo sistema tradicional de ensino. Percebeu-se que as oficinas dispararam uma cultura de diálogo local, contribuindo para a (re)construção de sujeitos mais autônomos e implicados, potencializando sua capacidade questionadora diante dos fenômenos cotidianos.
Palavras-chave
promoção de saúde; educação; cidadania
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica - Saúde na escola. Brasília: MS, 2009. 96 p. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad24.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2013.