Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A ATENÇÃO AOS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ: DESAFIOS PARA O COTIDIANO
Rejane da Conceição Xavier Xavier, Julio Cesar de Oliveira Nicodemos

Resumo


Introdução: O uso de drogas é um fenômeno que permeia a história da humanidade, sendo considerado um grave problema de saúde pública. A partir do aumento significativo da população que faz ou já fez uso de drogas no Brasil, o Governo Federal criou Políticas que visam à atenção integral a esses usuários, com base nos princípios do Sistema Único de Saúde. Neste contexto, a Atenção Básica a Saúde se insere conjuntamente com a Rede de Atenção Psicossocial, para prestar a esse grupo um cuidado voltado para o território, com o intuito de proporcionar uma ruptura com o modelo tradicional de assistência. O Ministério da Saúde estimulou, nos últimos anos, a inclusão nas políticas de expansão da ABS, de diretrizes que remetem a dimensão subjetiva dos usuários. Objetivo: Identificar os impasses relacionados ao acolhimento aos usuários em uso abusivo de drogas no Programa Médico de Família (PMF). Método: Trata-se de um estudo do tipo exploratório com abordagem qualitativa. Resultados: Os profissionais identificaram como impasse para o acompanhamento dos usuários, a construção de vínculo; a falta de conhecimentos sobre a temática; as dificuldades para articulação entre os serviços que prestam assistência a essa clientela e a falta de estrutura física. Torna-se imprescindível discutir sob a ótica dos profissionais, que o rompimento de vínculo está relacionado ao paciente (“o paciente não está se vinculando ao serviço”), porém, se observa o rompimento do vínculo muito mais relacionado à questão dos profissionais não entenderem o uso ou até mesmo acreditarem no ideal da abstinência como única forma de solucionar o problema do uso de AD. Conclusão: Os profissionais entendem vínculo como uma questão de adesão ao tratamento, e não como um sistema de dualidade, de reciprocidade entre sujeitos. É importante destacar, também, a questão do estigma a esses usuários como uma forma de distanciar o cuidado. Faz-se necessário repensar nas formas como se cuida, ou seja, de que forma o profissional se relaciona com esse usuário. Portanto, torna-se imprescindível discutir as questões referentes a temática ao longo da graduação, não interpretando a questão do uso, apenas com funcionamento de sistemas, mas sim, todo processo envolvido com o uso e a forma com a qual esse indivíduo se relacionada com a droga.

Palavras-chave


Drogas, impasses, cuidado, atenção básica