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Trata-se de um relato de experiência sobre o trabalho desenvolvido por uma acadêmica do curso de Terapia Ocupacional ao participar do projeto Casas de Luz vinculada ao laboratório de inclusão da Secretaria Municipal da Assistência Social – SEMAS. O serviço atende mulheres com deficiência intelectual e/ou transtornos mentais residentes em instituições públicas de longa permanência, no município de Fortaleza – Ceará. Sabe-se que o processo de institucionalização tem o poder de tornar o sujeito passivo de sua vida; as rotinas e os hábitos do cotidiano acabam sendo estabelecidos pela instituição, o individuo não tem o domínio de escolha, provocando a massificação dos desejos e a perda da individualidade. Desse modo, é necessário ampliar os conhecimentos dos profissionais da equipe sobre as potencialidades desses sujeitos e as estratégias promotoras de identidade e emancipatórias, salvaguardando a individualidade e potencializando habilidades e competências. A utilização de um diário de campo e observação participante pôde-se planejar ações viabilizadas pelas rodas de conversa investindo-se no resgate da auto-estima, principalmente na realização das atividades da vida diária com enfoque no auto cuidado. O terapeuta ocupacional teve um olhar sensível às necessidades individuais, minimizando incapacidades e potencializando habilidades, identificando os problemas que interferiam na independência a fim de traça os objetivos e as estratégias individuais e coletivas com fins de autonomia e independência. As atividades foram desenvolvidas individualmente e coletivamente, analisando, selecionando e, caso necessário adaptando utensílios e materiais, principalmente relacionadas ao auto cuidado (banho e higiene pessoal). Pode-se se notar como a motivação, a autoestima, a credibilidade, o ser capaz de, o sentir-se empoderado transformou a rotina e a vida dessas pessoas, pela valorização  e reconhecimento do trabalho. Essas atitudes foram percebidas a partir da divisão de trabalho e ocupação servindo-lhes de identificação. Recomenda-se uma sensibilização dos profissionais de saúde mediante uma aproximação teórica e metodológica mais ampla sobre as potencialidades das pessoas com deficiência, desmitificando a incapacidade e compreendendo o sentido da funcionalidade buscando construir metodologias inovadoras que incentivem o desenvolvimento das habilidades e potencialidades, assim como preservar a identidade, individualidade e subjetividade dessa população.

pessoa com deficiencia; incapacidade; funcionalidade